Nos oito primeiros meses de 2015, o número de mortos no trânsito da capital teve queda de 20,3%, em comparação com o mesmo período de 2014. Passou de 861 vítimas para 686, de acordo com dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apresentados na quarta-feira, 4, pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e pelo secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto.
Se considerados somente os dados de agosto, a queda é ainda maior: neste ano, foram registradas 80 mortes, redução de 28,6% em relação aos 112 mortos no trânsito da capital no mesmo mês de 2014. Pelo balanço, a cidade tem uma taxa de 9 pessoas mortas no trânsito para cada 100 mil habitantes. A meta da Organização das Nações Unidades (ONU) é que, em 2021, esse número caia para 6 mortos por 100 mil habitantes.
“A projeção do ano é ainda melhor. Nós entendemos que conseguimos atender essa meta (da ONU) antes do pactuado em virtude das medidas que estão sendo tomadas. Nosso trânsito ainda é muito violento, mas estamos conseguindo resultados muito significativos”, afirmou Haddad. A Prefeitura alega que isso é reflexo, principalmente, da redução da velocidade máxima nas vias da cidade. Até o fim do ano, a medida será adotada em 700 km de vias.
A diminuição na quantidade de mortes é considerada “simbólica” pela administração pública. A política de redução de velocidade para o padrão 50 km/h foi adotada a partir de julho, com a mudança nas Marginais do Tietê e do Pinheiros.
A comparação com o mesmo período de 2014 poderia não surtir o efeito desejado pela Prefeitura. É que em julho do ano passado houve antecipação de férias escolares e feriados em dias de jogos da Copa do Mundo. “(O trânsito) começou a se normalizar a partir de agosto. Do ponto de vista da referência estatística, a comparação é mais importante”, afirmou Tatto.
Outros dados
O balanço ainda mostrou redução de 18,5% nas mortes de pedestres, que passaram de 373, de janeiro a agosto do ano passado, para 304 no mesmo período deste ano. Entre os ciclistas, a diminuição foi de 52,7%: 36 mortos em 2014, ante 19 em 2015.
Os dados da CET mostram ainda que 250 motociclistas perderam a vida na cidade nos oito primeiros meses do ano. No ano passado, foram 302 casos, queda de 17,2%.
Para Roberto Manzini, consultor de pilotagem da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), a política é positiva, mas os motoristas estão “se sentindo mais seguros” para, por exemplo, dirigir e falar ao celular com a redução da velocidade na capital. “O motorista sente que está relaxado e que pode usar o celular, o que é um erro comportamental como o excesso de velocidade”, disse.
Ainda segundo Manzini, é possível dirigir em São Paulo com velocidade máxima de 50 km/h. “Os motoristas precisam ter capacidade de se adaptar e lei não tem de discutir. Basta concordar e ver que funcionou.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.