O número de mortos pelos incêndios Portugal subiu a 37 e o país iniciou nesta terça-feira um luto oficial de três dias pelas vítimas. Há um descontentamento crescente da população ante as autoridades, questionadas sobre sua atuação no episódio ocorrido apenas quatro meses após a morte de 64 pessoas em um incêndio florestal.
A chuva e a queda da temperatura ajudaram os bombeiros de Portugal e da Espanha a controlar a maior parte do fogo, que deixou 41 mortos nos dois países no fim de semana.
Autoridades portuguesas disseram que a maior parte dos focos principais estava extinta, na manhã desta terça-feira. Havia 2.700 bombeiros em ação para impedir o surgimento de novos focos.
No noroeste da Espanha, onde morreram quatro pessoas, as autoridades da Galícia disseram que havia 27 incêndios florestais fora de controle.
Também é investigada a causa de centenas de focos depois do verão, o que as autoridades ibéricas atribuem às condições de clima não usuais e a alguns episódios de incêndio provocados por pessoas. As temperaturas na Península Ibérica superaram os 30º Celsius no fim de semana, que também teve fortes ventos trazidos pela passagem do furacão Ophelia no Atlântico.
A ministra espanhola de Agricultura, Isabel García Tejerina, afirmou à emissora TVE que as autoridades estão preparadas para apagar incêndios, mas não para os incendiários.
Em Portugal, os partidos de oposição criticam o governo por sua suposta falta de prevenção. O contingente de bombeiros da Agência de Defesa Civil só está completo na temporada de incêndios, entre 1º de julho e 30 de setembro. Em outubro, esse efetivo se reduz à metade. Os críticos dizem que é preciso ser mais flexível, diante das secas e da mudança climática.
O primeiro-ministro português, António Costa, rechaça as críticas. Ele convocou uma reunião especial de gabinete para o próximo sábado. Nas zonas mais afetadas, governos locais convocaram uma marcha silenciosa em Lisboa e em outras localidades, que deve coincidir com o horário da reunião de gabinete. Fonte: Associated Press.