Já se tornou habitual a Mostra exibir filmes que concorrem a uma indicação entre os finalistas do Oscar de melhor produção estrangeira. Neste ano, são
14 obras – lembrando que, no total, 92 produções estão na briga, um recorde na história da estatueta, e, entre elas, o brasileiro Bingo, o Rei das Manhãs.
A Mostra traz uma seleção forte. A começar pelo concorrente sueco, The Square, considerado o grande favorito ao Oscar. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, narra as desventuras de um curador de museu e o caos criado por uma campanha para promover a mais nova exposição do espaço. Uma comédia romântica para se ver.
Também obrigatório é o concorrente argentino, Zama (foto), de Lucrecia Martel. Conta a história de um oficial da Coroa Espanhola nascido na América do Sul, que espera por uma carta do Rei concedendo-lhe a transferência da cidade onde está estagnado para um lugar melhor. Uma investigação sobre a época colonial argentina, o filme trata de um tema caro: de tanto pensar no futuro, o personagem esquece de viver o presente.
O sempre poderoso Michael Haneke está de volta com Happy End, representando a Áustria. O título é uma ironia – o patriarca de uma família (Jean-Louis Trintignant) vive preso a uma cadeira de rodas, ao lado da filha (Isabelle Huppert). Nem a volta do filho (Mathieu Kassovitz) quebra o clima de incomunicabilidade reinante na casa. Sufocante.
Instigante é ainda O Motorista de Táxi, que representa a Coreia do Sul. Um jornalista estrangeiro vai ao interior para passar o dia e lá descobre a cidade tomada pelo governo militar, com os cidadãos, liderados por um grupo de estudantes, pedindo liberdade. O ritmo é angustiante.
Destaque ainda para o filme russo Loveless, de Andrey Zvyagintsev, e
o venezuelano El Inca, de Ignacio Castillo Cottin.
Zama: Itaú Augusta. Dom. (22), 20h45.
Cinearte. 2ª (23), 18h.
Frei Caneca. 31/10, 13h30.