Viajar a Roma e visitar a Capela Sistina ultrapassa a questão religiosa. O espaço sagrado localizado no Vaticano tem em suas paredes, teto e janelas, a arte secular do mestre renascentista Michelangelo (1475-1564). Trata-se de um momento de encantamento, pois estão ali pinturas que são obras-primas do artista italiano, feitas nos anos 1500. E agora essas imagens poderão ser vistas, por meio de alta tecnologia, na exposição imersiva Michelangelo: O Mestre da Capela Sistina, que está em cartaz no MIS Experience, em São Paulo, e tem curadoria do professor e historiador Luiz Cesar Marques Filho.
A mostra, que poderá ser visitada até 30 de abril, possibilita a interação do público com as obras, de modo a se sentir dentro delas. Em espaço de mil metros quadrados, a exposição está dividida em 14 salas. Nesse trajeto, o visitante passa pela sala de imersão com projeções gigantes no teto e nas paredes, espaços dedicados à arquitetura, à história e às curiosidades da Capela Sistina. Há também uma ala que destaca o local do conclave, reunião do colégio dos cardeais para escolher um novo papa, e ainda uma réplica da chave da Capela Sistina, vinda diretamente do Vaticano.
<b>Visitação</b>
O tempo estimado de visitação gira em torno de 45 minutos, a depender, claro, de cada pessoa. Segundo Felipe Pinheiro, produtor executivo da exposição do MIS Experience, há um roteiro a ser seguido pelos visitantes. "Começa pelo ateliê, passando pelas cartas, maquetes, a criação de Adão e Eva, depois há a seção dos afrescos e se chega ao coração da mostra que é a projeção da Capela Sistina quase em tamanho real", afirma.
Na parte final do trajeto, o público vai percorrer "as salas do Juízo Final e chegará ao gran finale onde está a réplica da escultura do Davi de Michelangelo", destaca Felipe. A intenção da mostra, como afirma o produtor, é fazer com que o visitante se sinta realmente dentro da Capela Sistina. "Como a estrutura é muito próxima do tamanho original, com toda certeza os visitantes vão se sentir dentro da capela mais famosa do mundo", garante Felipe.
<b>Estrutura</b>
Em alta no momento atual, as mostras imersivas chegaram para ficar, mesmo não agradando a todos os públicos. Com relação a essa modalidade de apresentar obras de arte, Felipe explica como ela é significativa. "O formato da exposição é importante por unir os dois tipos de imersão: a física, que é aquela parte cenográfica em que as pessoas vão se sentir dentro do ateliê e visualizar as cartas da época de Michelangelo, ver as esculturas, entender a maquete e apreciar os figurinos, como funciona o conclave; e a da projeção, ou seja, teremos o melhor dos dois mundos."
A mostra Michelangelo: O Mestre da Capela Sistina conta com recursos de alta tecnologia, de animação e sonorização, que vão mexer com os sentidos e colocar o público dentro da obra. A reprodução gigante do teto da Capela Sistina, com estrutura criada exclusivamente para a exposição, será uma experiência inédita de imersão no ambiente. "Estudamos por muito tempo e desenvolvemos uma tecnologia própria para que pudéssemos fazer essa imersão", explica Felipe. Ele avisa, ainda que há "uma ambientação sonora na exposição".
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>