Meses atrás, entre leituras filosóficas e uma porção de pesquisas sobre cavernas pré-históricas e o simbolismo em torno de mitos, fantasmas, a tragédia, fósseis, o teatro, a linguagem, o olho e até monstros, a artista Sofia Borges pensou que poderia realizar uma exposição como “habitar uma ruína”. Um espaço ainda em pleno processo de construção, o futuro anexo da Galeria Millan (que a representa), localizado na Rua Fradique Coutinho, número 1.416, calhou bem para seu projeto – e tomando também para si o papel de curadora, ela convidou outros criadores a participarem da mostra No Sound, que será inaugurada nesta terça-feira, 3, à noite e ocorrerá no local por apenas dez dias.
“A ideia original era misturar meus trabalhos com os de alguns amigos para pensar sobre questões relacionadas à abstração, colagem e a impossibilidade de algo ser plenamente compreensível”, descreve Sofia Borges, de 30 anos. A frase “Todo objeto é um enigma”, que estará logo na entrada do espaço, recebendo os visitantes, dará a tônica dessa investigação conceitual, material e experimental proposta pela artista.
Em um primeiro momento, ela conta, a mostra vai começar com suas obras, além de pinturas de Antonio Malta Campos, esculturas de Erika Verzutti e criações de Paulo Monteiro, Rafael Carneiro e do grego Theo Michael. Depois, durante três fases previstas, o cenário de No Sound vai sendo aos poucos modificado pela realização de novos trabalhos e ações – entre elas, performances – de outros participantes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.