Clovis Graciano (1907-1988) é conhecido pelo seu trabalho em murais, mas não é somente isto que está em jogo na mostra Arte de Cavalete, também em cartaz na Caixa Cultural. Como o próprio nome diz, a retrospectiva resume um outro lado do artista e traz obras em formato menores, como ilustrações literárias, aquarelas e pinturas.
Reunidas, em sua maioria, de acervos particulares da família de Clovis Graciano, elas foram expostas pela primeira vez no ano passado, em Brasília. São obras feitas em ateliê em diferentes passagens da vida do artista, desde a época do grupo Santa Helena, nas décadas de 1930 e 1940. “São naturezas mortas, músicos tocando instrumentos de sopro que eles tocavam”, cita o curador da mostra, Enock Sacramento.
Clovis Graciano levou para sua arte influências tanto estéticas quanto temáticas do seu amigo Cândido Portinari, abordando nas obras questões sociais e outros traços da cultura brasileira, como as figuras de músicos. Na literatura, o artista também fez projetos especiais e deu forma aos trabalhos de grandes nomes, como Jorge Amado, Graciliano Ramos e Castro Alves.
Na exposição, também estão obras menos conhecidas do público, como ilustrações feitas em bico de pena e para Rubem Braga, que estão no álbum Mestres do Desenho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.