Estadão

Moto1000GP se mobiliza a ajudar famílias de pilotos mortos e se preocupa com segurança

Érico Veríssimo da Rocha, de 38 anos, e André Cardoso, de 42, ambos pilotos da Moto1000GP, morreram no domingo após acidente da etapa de Cascavel, no Paraná. Na primeira volta, André caiu de sua moto e ficou no meio da pista, entre os pilotos que passavam em alta velocidade. Alguns conseguiram desviar. Érico Veríssimo não conseguiu e o atropelou. O incidente fez com que a categoria fizesse reuniões nesta segunda-feira para debater as questões de segurança.

Segundo apurou o <b>Estadão</b>, a entidade está mobilizada e focada para assistir os familiares de Érico e André. A categoria pretende até arcar com os custos do transporte dos corpos. A 4ª etapa da Moto1000GP, no Autódromo Zilmar Beux, parou imediatamente após o choque e ambos foram socorridos, antes de serem levados para o hospital da cidade. Érico morreu assim que chegou. André Cardoso, que foi atropelado, veio a óbito horas mais tarde.

Nesta segunda, os dirigentes da Moto1000GP iriam se reunir em Cascavel para discutir os próximos passos da categoria, em especial aos aspectos de segurança no autódromo. No caso do acidente deste domingo, não houve tempo hábil para que os pilotos deixassem a pista após André cair de sua moto. Uma das possibilidades, segundo especialistas, é o aviso sonoro, além das bandeiras de sinalização, no caso de acidentes.

O tempo de resposta, com o atendimento médico aos acidentados, também é um ponto de atenção. André chegou a levantar a mão no meio do asfalto na tentativa de sinalizar aos outros pilotos, mas não foi suficiente para evitar a tragédia.

As mudanças em aspectos de segurança, que ainda serão anunciadas pela categoria, devem entrar em vigor na próxima etapa da categoria, que acontece no dia 16 de setembro, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Um inquérito será instaurado pela Polícia Civil do Paraná para apurar as causas da morte.

O ACIDENTE
As imagens do acidente impressionam, com as vítimas se chocando, no meio da pista da etapa de Cascavel. Em alta velocidade, os pilotos não conseguiram resistir aos ferimentos. O óbito de Érico foi confirmado às 15h16 e o de André às 16h51, do horário de Brasília, de domingo. O grid da prova contava com 30 pilotos.

Érico, que não conseguiu desviar a tempo, acertou André, na região frontal de seu corpo, quando ele se levantava após cair no meio da pista. No incidente, o condutor da moto não tinha visão do piloto, que ainda estava ajoelhado no asfalto e em uma descida. Além disso, havia seis pilotos entre Érico e André, o que impossibilitou que houvesse tempo de realizar a manobra.

O breve tempo de contato foi crucial para que os pilotos viessem a óbito, aponta Rodrigo Kleinubing, perito engenheiro. O choque durou menos de 0,1 segundo, o que aumenta a intensidade da força, que é inversamente proporcional ao tempo. "É preciso saber a velocidade para calcular exatamente a intensidade do impacto, mas o curto tempo pode ter gerado uma força superior a uma tonelada."

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