Cidades

MOTOFRETE – Detrans pedem prazo para fiscalização educativa

Decisão deve ser tomada pelo Contran, dia 20 de fevereiro. Até esta data, Estado de São Paulo fará ações de orientação aos condutores, sem aplicação de multas

A Associação Nacional dos Detrans (AND) solicitará ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) que a fiscalização de mototaxistas e motofretistas, prevista na Resolução 410 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), tenha caráter de orientação e não de punição, por período a ser determinado pelo órgão federal. Estima-se, a princípio, um prazo máximo de 12 meses, adaptável à realidade de cada Detran. Durante esse período, serão realizadas abordagens educativas, durante as fiscalizações de rotina, sem aplicação de multas. A decisão deverá ser tomada dia 20 de fevereiro, data da próxima reunião deliberativa do Contran.

A proposta da AND foi formulada em reunião na manhã desta terça-feira (5/2), em Brasília, da qual participaram representantes dos Detrans e dos profissionais. "Apoiamos a proposta da AND e esperamos que ela seja acatada pelo Contran, para não prejudicar a categoria. Até que o órgão federal tome uma decisão, faremos apenas blitze educativas", esclarece o diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP), Daniel Annenberg, que participou da reunião. "Qualquer mudança em relação à fiscalização deve partir do Contran, já que a medida vale para todo o País".

No Estado de São Paulo, a fiscalização será realizada pela Polícia Militar. De acordo com a legislação federal, os profissionais que atuam no transporte de cargas (motofretistas) ou pessoas (mototaxistas) devem adaptar seus veículos com itens de segurança (antena corta-pipa, protetor de pernas e faixas refletivas, entre outros acessórios) e realizar curso para o exercício da profissão.

O processo de regularização inclui a regulamentação das profissões, que fica a cargo das prefeituras. Atualmente, a profissão de motofrete está regulamentada em 14 municípios do Estado, incluindo São Paulo e Guarulhos; e a de mototaxista, em outras 14 cidades (listas abaixo).

Ações do Governo de São Paulo

Em janeiro, durante fórum sobre a regularização do motofrete, o Governo do Estado anunciou a concessão de mais 25 mil vagas gratuitas para o curso em todo o Estado, por meio do Detran.SP, com investimento superior a R$ 3 milhões. O evento reuniu prefeitos e secretários de transporte de 40 municípios da Região Metropolitana de São Paulo. Em 2012, outras 20 mil vagas gratuitas já haviam sido concedidas aos profissionais, por meio do Detran.SP.

Até o momento, mais de 21 mil motofretistas e 5,5 mil mototaxistas já fizeram a capacitação em todo o Estado. Dividida em 25 horas de aulas teóricas e cinco horas de atividades práticas, a formação discute temas relacionados à ética, cidadania, segurança, saúde, transporte de cargas e risco sobre duas rodas.

Para atender a demanda, tanto na aquisição de equipamentos como na realização do curso em instituições privadas, o Governo do Estado, por meio do Banco do Povo Paulista (BPP), programa de microcrédito gerenciado pela Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (SERT), disponibiliza R$ 9 milhões à categoria.

Todas as 499 agências do BPP no Estado oferecem o crédito, que pode ser parcelado em até 24 meses, a uma taxa de juros de 0,5% ao mês – a menor do país. Os interessados devem se dirigir a uma das agências (lista de endereços disponível em (www.bancodopovo.sp.gov.br).

Municípios que regulamentaram as profissões:

Motofrete – São Paulo, Campinas, São José do Rio Preto, Guarulhos, Sorocaba, Santos, São José dos Campos, Araraquara, Lins, Cubatão, Jacareí, Presidente Prudente, São Vicente e Peruíbe.

Mototáxi – Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Franca, Araçatuba, Piracicaba, Barretos, Araras, Bauru, Taubaté, Araraquara, Lins, Agudos, Limeira e Presidente Prudente.

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