O vice-presidente Hamilton Mourão negou que acordo de livre comércio assinado entre a União Europeia (UE) e o Mercosul esteja "parado" por conta de questões ambientais relacionadas com a Amazônia. Ele ressaltou que o tratado tem de ser ratificado por todos os países envolvidos no acordo, mas que há vontade para concluir a negociação.
Em entrevista ao jornalista e advogado Paulo Roque nesta sexta-feira, 04, Mourão disse que tratou do tema em videoconferência com presidente da UE e que o bloco tem "firme vontade" e "convicção" de fechar o acordo o "mais rápido possível". Ele afirmou que o bloco também será beneficiado.
"É um acordo que é de benefício mútuo, e a União Europeia ganha a abertura no nosso mercado, do Mercosul, de mais de 300 milhões de pessoas. Então é um enorme acesso", disse.
Mourão reconheceu que há pressões internacionais, mas afirmou que "temos que saber conviver e fazer nossa parte". "A pressão política, com as ramificações da esquerda internacional, notadamente na Europa, contrária à pessoa do presidente Bolsonaro, que desde o primeiro dia que assumiu vem sendo combatido de forma feroz, e muitas vezes até sem o mínimo de coerência", afirmou.
"A pressão econômica, vamos lembrar que nós somos uma potência agroambiental. Então quando foram competir com a gente agricultores de outros países, é muito difícil, então há pressão econômica desses grupos; e a pressão ambiental, obviamente, dos grupos de ecologistas que consideram que o mundo vai acabar amanhã, e que a Amazônia será destruída nos próximos dez anos."