O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o presidente Jair Bolsonaro vai sancionar o Orçamento de 2022 ainda nesta sexta-feira, 21, último dia do prazo. A peça orçamentária deste ano foi aprovada em dezembro no Congresso, mas ainda há impasse em torno de um reajuste salarial a servidores públicos prometido por Bolsonaro, além do valor do fundo eleitoral.
"O presidente vai sancionar o Orçamento hoje", disse Mourão. "Hoje, acho, quando ele retornar de São Paulo, ele assina isso aí. Ou então, o pessoal sai daqui e leva a documentação para ele assinar lá. É ou assinar lá, ou assinar aqui. Tem que assinar hoje. Ou então, ele liga para mim e manda que eu assino", acrescentou o vice-presidente.
Ao ser questionado sobre o fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões incluído no Orçamento, Mourão disse que a decisão de vetar ou não a matéria ainda está em análise. "Isso é uma decisão dele lá. Está sendo trabalhado pelo pessoal da assessoria jurídica, junto com o pessoal da economia. A linha de ação que for apresentada o presidente vai aceitar ou não", afirmou.
Bolsonaro cancelou sua agenda no exterior nesta sexta após a morte da mãe, Olinda Bonturi Bolsonaro, aos 94 anos, e está voltando ao Brasil. O chefe do Executivo estava no Suriname e seguiria nesta sexta-feira, 21, para a Guiana.
A previsão é que Bolsonaro chegue a São Paulo no início da tarde, por volta de 13 horas (pelo horário de Brasília). Da capital paulista, seguirá até a cidade de Eldorado, no interior do Estado, onde a mãe vivia, para acompanhar o velório e o enterro.
Na quarta-feira, 20, Bolsonaro voltou a colocar em dúvida a concessão de reajuste salarial aos servidores públicos federais, inclusive de categorias da área da segurança, que são uma de suas bases eleitorais.
No relatório final da peça orçamentária, aprovado no Congresso em dezembro, foi incluída uma previsão de R$ 1,7 bilhão para aumento de remuneração do funcionalismo. O relator da matéria, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), não especificou quais grupos seriam beneficiados, mas Bolsonaro prometeu atender a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o que gerou revolta em outras categorias.
"Estamos aguardando o desenlace das ações. Ou seja, a gente pode fazer justiça com três categorias, não vai fazer justiça com as demais, sei disso, mas fica aquela velha pergunta a todos: vamos salvar três categorias ou vai todo mundo sofrer no corrente ano?", disse o presidente, em entrevista à <i>Rádio Jovem Pan</i>.