O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, avaliou que a primeira percepção da reação dos mercados à elevação dos juros pelo Federal Reserve foi positiva e de tranquilidade. Ele destacou que esse foi o movimento mais esperado de todos os tempos de que se tem notícias. Segundo ele, o apelo que sempre foi feito ao Fed foi de que o aumento fosse cauteloso, bem comunicado e sem surpresas.
“Os mercados entenderam a mensagem de que seria um ajuste gradual e cauteloso”, disse Tombini em Brasília. Segundo Tombini, isso ajuda a absorção dessa importante mudança que ocorreu na economia.
Ele lembrou que esse é o primeiro aumento dos juros nos Estados Unidos desde 2006. “É uma novidade, a primeira percepção foi positiva e de tranquilidade”, afirmou.
Fitch
Depois da retirada do grau de investimento pela Fitch, o presidente do Banco Central advertiu para a chance de a percepção de risco do País piorar se forem tomadas “opções equivocadas”. Em discurso depois de café da manhã com jornalistas que fazem a cobertura do BC em Brasília, Tombini alertou que é preciso, independentemente da decisão das agências de classificação de risco, fazer o “dever de casa” para retomar o crescimento econômico o mais rápido possível.
O caminho, destacou, é a consolidação fiscal, estabelecimento de metas de curto prazo e o processo de desinflação na economia. “Se não fizermos nada ou tomarmos opões equivocadas não quer dizer que essa percepção de risco não possa se deteriorar”, afirmou.
Segundo ele, o Brasil tinha grau de investimento, mas a percepção em relação ao País já era de subgrau de investimento. Ele destacou que a retirada do grau de investimento não é uma mudança de forma definitiva. Na sua avaliação, o estabelecimento de metas de curto prazo são importantes para colocar a política fiscal de médio e longo prazo numa trajetória de estabilidade e declínio à frente.