O Ministério Público de São Paulo confirmou na tarde desta terça-feira que o jogo entre Palmeiras e Atlético-PR, no próximo domingo, será realizado na nova arena palmeirense. O órgão havia recomendado a transferência do local da partida para o Pacaembu, por temer possíveis atos agressivos em caso de rebaixamento do clube paulista. Mas, diante da insistência do Palmeiras, aceitou liberar o estádio com a condição de que seja planejado um esquema especial de segurança.
“O torcedor é passional, então temos que prever o pior”, afirmou o promotor Paulo Sérgio de Castilho, do Juizado Especial Criminal da Família (Jecrim). “Não significa que não vamos correr riscos ao receber o jogo no local, mas vamos montar um plano para minimizar todos os possíveis fatores de ameaça”, completou, em entrevista coletiva da sede do Ministério Público.
De acordo com o promotor, será realizada na tarde desta quarta-feira, às 16h30, uma vistoria no estádio com a presença de representantes da Polícia Militar, do Ministério Público, do Palmeiras, da construtora WTorre e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). No encontro, serão elaboradas ações para conter possíveis atos de violência.
Entre os planos estão ações como reforço do policiamento e dos seguranças na parte interna, isolamento de áreas dentro do estádio e bloqueio da circulação de pessoas na rua Turiassu. “Podemos elaborar algo nos moldes da Copa e somente quem tiver ingresso poderá acessar as proximidades”, disse o promotor.
Para Paulo de Castilho, o temor com o jogo é que, por se tratar de uma nova arena, sem alambrados, o Allianz Parque facilita a ação da torcida de invadir o gramado em caso de revolta. O promotor comparou a circunstância da partida do próximo domingo com o desfecho do Brasileirão de 2009, quando o Coritiba, que também estava no ano do seu centenário, foi rebaixado ao empatar com o Fluminense no Couto Pereira. Naquela ocasião, torcedores invadiram o gramado para tentar agredir a polícia e jogadores.
“O jogo será na arena e as forças de segurança do Estado de São Paulo estarão lá, como sempre fez, para implementar medidas de prevenção. Vamos torcer para que o Palmeiras consiga o seu objetivo para todos ficarmos mais tranquilos”, afirmou o promotor. Ele ainda destacou que uma medida que facilitou a confirmação da partida para o Allianz Parque foi a alteração da data do encontro entre Corinthians e Criciúma, também pela última rodada do Brasileirão – de domingo, a partida foi antecipada para sábado.
O promotor explicou que a localização do estádio do Palmeiras é um fator complicador para a organização de esquemas de segurança, pela proximidade com dois shoppings e também por ter no arredores ruas estreitas e de difícil circulação. “Por estar encravado no centro da cidade, cercado por casas e centros comerciais, o local tem condições que dificultam a ação para fazer um círculo de isolamento de segurança”, lembrou.