O Ministério Público decidiu denunciar o Barcelona por corrupção continuada no esporte devido a pagamentos a José María Enríquez Negreira, ex-vice-presidente da Comissão de Arbitragem da Espanha. De acordo com o jornal El País, os promotores devem apresentar em breve a denúncia que tem o clube como pessoa jurídica e o ex-presidente Josep Maria Bartomeu o ex-juiz como alvos.
A investigação começou em maio do ano passado. No alvo dos trabalhos, estavam Enriquez Negreira e sua empresa. O Barcelona entrou no radar desse processo quando se tornou público que o clube fez milhões de dólares em pagamentos ao longo de vários anos a uma empresa que pertencia ao ex-vice-presidente do comitê de arbitragem da federação espanhol.
Os pagamentos, que ainda não foram vinculados a qualquer atividade ilegal ou imprópria do Barcelona, foram inicialmente analisados como parte de uma investigação fiscal da empresa. A liga espanhola e a federação espanhola estão estudando o assunto. O Barça disse que contratou uma empresa independente para realizar sua própria investigação.
A Liga disse que as sanções esportivas contra o Barcelona não eram possíveis porque o estatuto de limitações para as irregularidades expirou. Outras equipes expressaram suas preocupações sobre os pagamentos.
O Barcelona negou qualquer irregularidade ou conflito de interesses, dizendo que pagou pelos relatórios técnicos dos árbitros, mas nunca tentou influenciar suas decisões nos jogos. O presidente Joan Laporta esteve em um evento nesta terça, e foi taxativo ao negar que tenha havido intenção de comprar juízes.
"O Barcelona nunca comprou árbitros ou teve a intenção. Isso Nunca. A contundência dos fatos contradiz aqueles que tentam mudar a história. Estamos bem novamente, nada é acidental", afirmou o dirigente do clube catalão.
Segundo o EL País, o Ministério Público vai incluir na denúncia conclusões que a Polícia Nacional tirou durante as investigações e o caso deve seguir para um tribunal de Barcelona. O time deve ser enquadrado no crime de corrupção empresarial, que passou a ser previsto no código penal espanhol em 2010.