Política

Lucas Sanches é denunciado no MP por gastos de R$ 2,4 milhões em redes sociais para promoção pessoal

Uma ação impetrada no Ministério Público Estadual acusa o prefeito de Guarulhos, Lucas Sanches (PL), de ter realizados gastos elevados com impulsionamentos em redes sociais para promoção pessoal que seriam incompatíveis com os valores declarados oficialmente. Segundo o autor da representação, o jornalista Alexsander Melo Bueno, Lucas gastou R$ 2.428.249,00 com o Instagram e o Facebook desde 2020. Em agosto, inclusive, o prefeito comemorou ter atingido a marca de 500 mil seguidores na primeira plataforma.

Os gastos comprovados com extratos públicos obtidos junto a Meta Plataforms, que detém as duas redes sociais, ocorreram entre 4 de agosto de 2020, quando Lucas era candidato a vereador, e o último dia 20 de julho, já como prefeito. O autor reconhece que dos R$ 2,4 milhões, uma parte foi paga com recursos das campanhas eleitorais que participou e por seus partidos. No entanto, R$ 751.940,00 tiveram como fonte pagadora a pessoa física de Lucas Sanches.

No entanto, os registros das declarações de Imposto de Renda e de bens à Justiça Eleitoral nas três disputas neste período, bem como o atual salário de prefeito de Guarulhos, são incompatíveis com os valores gastos em redes sociais. Em 2020, Lucas declarou como bens R$ 50,6 mil em uma conta corrente do banco Itaú, além de um veículo Chevrolet Onix 2013, no valor de R$ 31 mil. Na época, não tinha nenhum imóvel.

Quatro anos mais tarde, apenas com o salário de vereador na Câmara de Guarulhos a partir de janeiro de 2021, Lucas teve uma boa evolução patrimonial, quando declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 430.500 em bens (apartamento, carros, dinheiro em espécie e em conta corrente). Ainda assim, declara Alexsander Melo Bueno em sua denúncia, os R$ R$751.940,00 gastos em redes sociais, foram incompatíveis com seus rendimentos e bens. “Cumpre informar que nesse período o Representado desempenhou a função de Vereador (2020-2024) e assumiu como Prefeito de Guarulhos somente no ano de 2025, sendo certo que, mesmo com a remuneração referente a ambos os cargos, os gastos se mostram desproporcionais”, aponta a ação.

Gastos com redes sociais no mês de agosto deste ano. Prefeito não para de gastar com redes sociais para promoção pessoal

 

O autor pede ao Ministério Público que apure “eventual evolução patrimonial incompatível, bem como a ocultação de bens/valores. Importante também observar o eventual cometimento de atos de improbidade administrativa ou de crimes, porque os gastos realizados são incompatíveis com as remunerações de agente político”, aponta.