O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de São Paulo (Cira-SP) abriu nesta terça-feira, 31, a Operação Nuvem de Fumaça para aprofundar uma investigação sobre sonegação e fraudes fiscais no comércio de tabaco. Ao todo, são cumpridos 14 mandados de busca de apreensão em São Paulo, Araraquara, Marília, Bassit e Taubaté. A Justiça também autorizou o bloqueio de bens do grupo investigado. O patrimônio inclui imóveis, veículos de luxo, embarcações e aeronaves.
A operação mobiliza auditores fiscais da Receita de São Paulo, promotores de Justiça, procuradores do Estado e policiais militares. O alvo principal é a distribuidora de cigarros Dicina que, segundo a investigação, é responsável por uma dívida superior a R$ 213 milhões com o Estado de São Paulo e a R$ 3 bilhões com a União.
"Fruto de contumaz e sistemática inadimplência tributária e de uma sofisticada blindagem patrimonial por meio de estruturas societárias nacionais e offshores", diz o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que compõe o Cira-SP ao lado de representantes da Secretaria da Fazenda e Planejamento (Sefaz-SP) e da Procuradoria Geral do Estado (PGE).
De acordo com as investigações, a sonegação fiscal e a preordenada inadimplência tributária envolviam, além da blindagem patrimonial, operações simuladas de produção e circulação de cigarros e importação irregular do produto comercializado.
A operação ocorre no Dia Mundial sem Tabaco, criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.
A reportagem entrou em contato com a distribuidora no telefone disponível em seu site, mas o dono do celular negou ter relação com a empresa. O espaço está aberto para manifestação.