Política

MP investiga crime ambiental no Cabuçu

Área de 1 milhão de metros quadrados foi desmatada no ano passado

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) instaurou inquérito civil para investigar crime ambiental no Cabuçu. Uma área de um milhão de metros quadrados, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA), foi desmatada no ano passado, ao lado do aterro sanitário que recebe lixo da cidade de São Paulo. O local é conhecido como Fazenda Três Marias.

A denúncia partiu dos vereadores Lamé Smeili (PT do B) e Luiza Cordeiro (PC do B) que descobriram o local no ano passado em uma diligência. O território devastado fica atrás de uma vegetação na rua do Sabão, confluência da rua Pedro de Souza Lopes. Somente passando por dentro da vegetação é possível visualizar a área devastada.

O promotor de justiça Ricardo Manuel Castro, no inquérito, afirma que irá apurar supostas movimentações de terra, desmatamentos, desvio de curso dágua e nascente dentro da Fazenda Três Marias.

O vereador Lamé afirma que a descoberta do território aconteceu por acaso e que considera suspeito uma área de um milhão de metros quadrados ser devastada sem que nenhum órgão tenha percebido. "Os moradores falaram que a derrubada acontecia a noite. Foi um crime. Até um lago foi aterrado", diz. Pelo modo como ocorreu a devastação e pela proximidade do aterro sanitário, o vereador diz que o local parece que seria "um novo aterro". "Não posso culpar ninguém, mas o Ministério Público deve apurar quem são os responsáveis", diz.

Os investigados pelo MPE, a princípio, são Alexandre Bussab, Achiles Lima, Paulo Facin e Lotinvest, que precisam se manifestar em um mês. Eles não foram localizados pela reportagem. A denúncia foi encaminhada também para a Promotoria de Justiça de Meio Ambiente da Capital, cartórios de registro de imóveis, Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Prefeitura de Guarulhos, Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e Fundação Florestal.

Posso ajudar?