O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou o empresário Thiago Brennand, de 42 anos, neste domingo, 4. Ele foi flagrado por câmeras de segurança como suspeito de agredir a modelo Helena Gomes em uma unidade da academia Bodytech do Shopping Iguatemi, em São Paulo, no dia 2 de agosto. As informações foram divulgadas pelo <i>Fantástico</i> e confirmadas pelo <b>Estadão</b>. O programa da TV Globo também apresentou novas alegações contra o empresário. A defesa nega todas as acusações.
Os focos da denúncia são os crimes de lesão corporal e corrupção de menores. De acordo com o MP, as agressões ocorreram na presença do filho do denunciado. O <b>Estadão</b> apurou que o empresário teria induzido o filho, menor de idade, a praticar injúria e ameaça contra ela. O promotor pede que a Justiça determine o pagamento de R$ 100 mil à vítima por danos morais.
O MP solicitou ainda a decretação de medidas para que o agressor não se aproxime da vítima. Ele quer a proibição da entrada do empresário na academia e a apreensão do seu passaporte. A denúncia foi apresentada depois que a Polícia Civil de São Paulo finalizou na quarta-feira, 31, o inquérito sem indiciar o empresário. O caso segue sob segredo de Justiça.
No vídeo, é possível ver Brennand se aproximando e discutindo com Helena. Quando um casal de instrutores e uma segunda cliente tentam protegê-la, ele parte para cima dos três e cospe em Helena. De acordo com a mulher, as agressões foram motivadas porque o empresário teria tentado um encontro, mas ela não quis.
O <i>Fantástico</i> apresentou depoimentos de mulheres, familiares e funcionários de estabelecimentos frequentados por Thiago Brennand com novas acusações. Uma mulher que mora no exterior disse ter sido vítima de cárcere privado, agressões e estupro quando esteve na casa dele, no interior de São Paulo. Depois de contatos pelas redes sociais, ela decidiu encontrá-lo antes de visitar a família no Recife.
"Ele tomou o telefone da minha mão, me empurrou no chão, me deu um tapa na cara e me forçou a colocar o código no telefone", contou ao programa de TV. As agressões teriam continuado até que ele a teria estuprado. No terceiro dia, eles teriam ido até São Paulo, mas acabaram em um estúdio de tatuagem, onde ela foi obrigada a fazer uma tatuagem com as inicias de Brennand.
O caso chegou a ser denunciado à polícia pelo irmão dela. Ela conta que teria desmentido a história em depoimento, pois estaria sendo ameaçada. Ainda conforme o relato, Thiago Brennand também divulgou imagens íntimas dos dois, inclusive para a filha dela, de 15 anos, e em grupos nas redes sociais no Brasil e no exterior. A investigação policial foi arquivada por falta de provas e o caso foi encerrado em junho deste ano. A responsável pelo inquérito questionou a conduta da vítima.
As novas denúncias também envolvem funcionários de locais frequentados pelo empresário. Vitor Machado, garçom do condomínio em que Brennand vive, afirma ter sido agredido quando saía de moto por supostamente ter passado "correndo na porta da casa dele. Machado afirma que realizou um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Sorocaba, mas que o laudo "sumiu". Quase dois meses depois da agressão, o funcionário fez outro exame.
Técnico de enfermagem de um hospital em São Paulo, um funcionário disse que foi chamado de "bosta" e "palhaço". O funcionário teria sido agredido depois de ter respondido aos insultos. O trabalhador registrou um boletim de ocorrência por agressão, mas desistiu do processo.
Familiares também se queixam do comportamento do empresário, ainda de acordo com relatos ao programa. Primo de Thiago Brennand, Jason Vieira conta que o empresário já mandou um caixão e uma coroa de flores para a porta de sua casa com os dizeres: "Jason do câncer, cancinho (sic), descanse em paz". A expressão seria uma referência ao câncer que o homem trata.
<b>Defesa nega acusações</b>
Os advogados de Thiago Brennand afirmam em nota que as narrativas apresentadas não têm relação com o episódio na academia de luxo de São Paulo, mas não se manifestaram sobre as alegações do garçom e do técnico de enfermagem.
A defesa afirma que ele "nunca forçou as parceiras a terem relações sexuais sem preservativo e que as relações eram consensuais".
Sobre as acusações de estupro e cárcere privado, os defensores afirmam que a denúncia foi "rigorosamente investigada pela polícia", que o MP pediu o arquivamento do caso e que a Justiça acatou. Os advogados dizem que ele nunca respondeu a uma ação penal.
Sobre o episódio da academia, a defesa afirma que ele "compareceu espontaneamente à delegacia e explicou ponto por ponto a sequência dos fatos corroborada pelos vídeos" e aguarda o desdobramento do caso perante à Justiça.