Ao denunciar Amarildo da Costa Oliveira, Pelado , Oseney da Costa de Oliveira, Dos Santos , e Jefferson da Silva Lima, Pelado da Dinha , pelo assassinato a tiros do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips, o Ministério Público Federal narrou que os tiros disparados pelos acusados destinavam-se ao ex-servidor da Funai e que a morte do britânico se deu para assegurar a impunidade de tal crime .
Em uma peça de 23 páginas, a Procuradoria indicou que a decisão de matar Bruno decorreu do fato de a vítima ter tirado fotografia de Amarildo e de sua embarcação, afirmando que aquela era a embarcação do invasor – informações que constam da confissão do pescador. "Motivo fútil, portanto", indica a denúncia em referência a primeira qualificadora dos crimes de homicídio imputados ao trio acusado.
Os procuradores narram ainda que os acusados seguiram a embarcação de Bruno e Dom, sem que eles percebessem, efetuando os disparos fatais pelas costas das vítimas, dificultando a possibilidade de resistência . "Mesmo estando Bruno já desfalecido, dispararam ainda mais um tiro em seu rosto", diz a peça de acusação.
O documento foi apresentado ao juízo da Subseção Judiciária Federal de Tabatinga, no Amazonas, que já colocou os três denunciados no banco dos réus, dando início à ação penal. A peça conta com resultados dos laudos periciais realizados no âmbito das investigações, mensagens em que Bruno relatou a atividades de invasores da terra indígena do Vale do Javari, além dos depoimentos dos acusados.
No entanto, segundo cota apresentada junto à denúncia as investigações sobre o caso seguem, a fim de esclarecer a autoria e participação dos demais agentes na prática da ocultação dos cadáveres e do próprio homicídio .
Presos preventivamente, Pelado , Dos Santos e Pelado da Dinha foram transferidos de Tabatinga para Manaus. A Justiça Federal atendeu um pedido da Polícia Federal, com parecer favorável do Ministério Público Federal, apontando que em Tabatinga, há problemas variados, não só falta de vagas, mas também resgates possíveis .
Além do trio denunciado pelo MPF, também foi levado para Manaus Rubens Villar Coelho, o Colômbia que foi citado em meio às investigações do assassinato de Bruno e Dom.
Apontado como financiador da pesca ilegal na região e ligado a Pelado , Colômbia foi detido por uso de documento falso quando compareceu à delegacia da PF para negar envolvimento com o assassinato do indigenista e do jornalista britânico.
Além disso, outras cinco pessoas foram indiciadas por suposta participação na ocultação dos corpos de Bruno e Dom, segundo a Polícia Federal.