Ana Paula Veloso Fernandes foi apontada pelo juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo como uma “verdadeira serial killer”, após ser acusada de matar quatro pessoas com o uso de veneno em diferentes ocasiões. Ela está presa preventivamente desde 4 de setembro. As informações foram divulgadas pelo site Metrópoles.
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), os crimes ocorreram em Guarulhos, São Paulo e Duque de Caxias (RJ), e foram praticados com substâncias semelhantes ao “chumbinho”, produto ilegal usado para matar ratos. A substância foi encontrada na casa da acusada, em Guarulhos.
No Rio de Janeiro, onde também é investigada, ela teria confessado à polícia ter matado 10 cachorros com chumbinho. O objetivo era testar o efeito do veneno, segundo informou o G1.
O delegado que investiga o caso, Halisson Ideiao, explicou que agentes encontraram terbufós na residência de Ana Paula Veloso, definida por ele como “psicopata” e “serial killer”.. Trata-se de um agrotóxico um pouco mais leve que chumbinho. Halisson afirma que Ana Paula testou a substância por ter conhecimento na área da saúde. “Ela confessa que chegou a matar 10 cachorros com esse veneno testando o método, o tempo. Ela sabia exatamente quanto tempo, a dosagem, o que ia acontecer com as pessoas que consumiam aquilo que era oferecido por ela”, afirmou Halisson.
Crimes em série
A primeira vítima foi Marcelo Hari Fonseca, morto em janeiro de 2025, em Guarulhos. Ana Paula teria envenenado os alimentos dele com o objetivo de se apoderar do imóvel onde vivia. Em abril, Maria Aparecida Rodrigues morreu após ingerir comida envenenada. A motivação, segundo o Ministério Público, foi incriminar falsamente um ex-amante de Ana Paula.
O terceiro caso envolveu Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, que morreu após comer uma feijoada supostamente envenenada em Duque de Caxias. A investigação aponta que a filha da vítima, Michele Paiva da Silva, teria encomendado o crime. Ela foi presa no dia 7 de outubro.
A quarta vítima, ainda não identificada publicamente, teria sido morta em São Paulo, também por envenenamento.
Investigação centralizada em Guarulhos
O delegado Halisson Leite, do 1º Distrito Policial de Guarulhos, está à frente da investigação e acompanha a exumação do corpo de Neil no Rio de Janeiro. A Justiça reconheceu a “conexão instrumental” entre os assassinatos, concentrando os inquéritos na delegacia da Grande São Paulo.
Ana Paula teria usado sua proximidade com as vítimas para aplicar o veneno, sempre com motivações distintas — desde interesses patrimoniais até vingança pessoal. A Polícia Civil e o Ministério Público trabalham agora para individualizar as condutas e identificar possíveis cúmplices.


