Mais de 50 mulheres realizaram manifestação nesta terça-feira no Parque Continental, em frente à 2º Companhia da Policia Militar, na praça Santos Dumont, Vila Galvão, para pedir mais segurança no bairro após casos de estupro na região. Segundo estatísticas da 2º Cia da PM, desde janeiro até outubro foram registradas três ocorrências de violência sexual contra mulheres, nos bairros do Parque Continental I, II, III, IV e V.
O último caso culminou na morte de Mara Figueredo Croppo, 52 anos, vítima de estupro na madrugada do dia 30 de outubro.
As manifestantes levantaram cartazes de protestos pedindo justiça ao longo do período da manhã. Enquanto isto, dentro da companhia acontecia uma reunião com a associação de moradores do bairro junto com o Tenente-coronel Roberto. Para a filha da vítima morta, a pesquisadora Renata Cropp, 30, a manifestação não é um pedido de justiça por sua mãe e sim para alertar as outras famílias sobre as consequências da violência na cidade. "Nós estamos aqui para garantir a segurança de todas as famílias", argumenta.
O padre Paulo Leandro, da paróquia São José, participou da reunião com as autoridades e afirmou que o encontro teve como principal objetivo a discussão das melhorias de segurança para os moradores do bairro. "Não sentimos a presença de viaturas policiais. Então solicitamos maior policiamento nas ruas", conta. "O medo está aumentando no bairro, principalmente à noite", completa. Ele ainda conta que, além das três ocorrências de estupro, uma outra garota sofreu tentativas de violência. "Teve uma quarta ocorrência, mas nada aconteceu. Só que nesta não foi feito o BO (Boletim de Ocorrência). Com isto, fomos orientados para que as pessoas venham até a delegacia e façam a denúncia", relata.
Resultado – O oficial contou que, depois da reunião, vai intensificar o policiamento das forças táticas e das operações de pontos de estacionamentos de viaturas móveis comunitárias. "Além disto, pretendemos junto com a Prefeitura melhorar as condições de iluminação, as vias públicas e murar os terrenos baldios. Com isto, diminui o indicie de violência".
Questionado sobre os casos de estupro e se eles teriam alguma ligação, ou seja, praticado pelo mesmo infrator, o coronel Renato disse que não pode afirmar algo por falta de provas. "As informações que temos é que dois estupros foram feitos por um homem que estava de capacete", comenta. Além disto, ele conta que estão sendo feitas investigações sobre a morte de um homem na última quarta-feira no Jardim Cristian Alice, que já foi acusado por estupro, para ver se existe alguma relação entre os casos.