A Rede Mulheres que Decidem (MQD) anunciou que está firmando parceria com a Etiópia para fornecer as ferramentas utilizadas no Brasil para empoderamento econômico das mulheres daquele país.
A informação foi transmitida por Tabatha Moraes, CEO e fundadora da Rede para os presentes na 3ª Convenção 2017 Mulheres Que Decidem, que, neste ano, foi realizada no Teatro Gamaro, em São Paulo, no final de agosto.
A representante da Etiópia disse que está feliz e confiante com a parceira e espera com ela que as mulheres do seu país consigam fazer rendimento para uma melhora substancial das suas condições de vida.
A 3ª Convenção foi bastante intensa em conteúdo e informação. Dividida em painéis para debater assuntos específicos e palestras, reuniu 29 profissionais que discorreram sobre a suas expertises durante 30 minutos, por isso, pensamos que seria improdutivo falar sobre tudo numa única reportagem. Decidimos, dessa forma, fazer várias matérias e publicar durante essa semana para abordar todos os pontos debatidos.
Rede em crescimento
O crescimento da rede para 36 mil empreendedoras também foi assunto na convenção. Tabatha credita esse crescimento a aplicação dos dois projetos que são carros-chefe do MQD:
Célula Empreendedora: esse projeto está pautado na formação de grupos de até 12 empreendedoras em regiões distintas. Essas empreendedoras se encontram semanalmente durante seis meses para elaborar estratégias de estruturação e crescimento para cada um dos negócios. A cada semana, três delas são escolhidas para divulgação do produto ou serviço em toda a rede. “O objetivo principal desse projeto é empoderamento da mulher como empreendedora: financeiramente, pessoalmente e emocionalmente”, diz Tabatha.
Já o Empreendedora do Amanhã prevê o trabalho em escolas públicas com a proposta de levar às crianças e adolescentes informações sobre o empoderamento para o empreendedorismo feminino.
O evento
O Painel “Elas Lideram” foi o primeiro de cinco realizados durante todo o dia. Moderado por Tabatha Mopraes, teve a participação de Vanessa Couturato, representando a Renalt; Sueli Kaiser, pela Cenemed; Ligia Camargo, pela Danone, Isabela Cadena, da Caixa Crescer; e Margaret Groff, diretora financeira da Usina Itaipu.
As executivas dos grandes grupos, ao contrário de falarem sobre suas experiências profissionais, o que já veleria muito como mensagem motivacional, preferiram tratar das iniciativas das corporações para engajamento e empoderamento das mulheres para o mercado e as novas relações de trabalho.
Margarete Groff é diretora financeira da Usina Itaipu e defende atitudes sociais na iniciativa privada e o envolvimento dos homens no empoderamento das mulheres. É a idealizadora da implantação do Prêmio WEPs Brasil – Empresas Empoderando Mulheres, cujo objetivo é incentivar e reconhecer os esforços das empresas que promovem a cultura da equidade de gênero e o empoderamento da mulher no Brasil.
A premiação é uma iniciativa da Itaipu Binacional e demais instituições parceiras, com a chancela da ONU (Organização das Nações Unidas), por meio do Pacto Global da ONU e ONU Mulheres.
Essa premiação está focada nos 7 princípios da ONU de equidade de gênero:
A Cenemed, do Grupo Cene, fundado e liderado por Sueli Kaiser, recebeu o prêmio WEPs em 2014. A empresa que atua no segmento de saúde com foco em Home Care, fez a cartilha sobre a Lei Maria da Penha e a explica dentro e fora da empresa, nas comunidades ao redor.
O projeto da Danone também tem projeto voltado à mulher – o Kiteiras prepara as mulheres para vender os produtos da marca na suas comunidades. A iniciativa permite que mulheres de baixa renda complementem seus rendimentos ou faça dessa a sua única ou principal fonte de recursos. “Dá certo porque a mulher tem uma veia agregadora, por isso, trabalha bem em rede e se estimula com o sucesso da outra, diz Ligia Camargo, ao enfatizar o crescimento do número de mulheres responsáveis pelo orçamento doméstico. “Hoje de cada 10 lares, quatro são mantidos por mulheres”.
A Renalt tem a Associação Borda Viva localizado na comunidade da Borda do Campo, em São José dos Pinhais, no Paraná, que atua nos eixos segurança alimentar e geração de renda. A proposta final é promover a dignidade de vida principalmente por meio do empoderamento da mulher. “A Renout apoia todas as iniciativas de equidade de gêneros, 50% das compras são fechadas por mulheres e 80% do poder de escolha estão nas mãos delas”, Vanessa Courato.
No eixo Segurança Alimentar, a associação tem a Casa Comercial que fornece de 100 a 150 refeições por dia na comunidade a um preço acessível e comercializa Coffee Breaks para eventos institucionais. Participam da associação e dos projetos as mulheres da comunidade.
A Casa da Costura capacita mulheres para costura, modelagem, bordados e estampagens. Elas fazem bolsas, malas, nécessaires a partir de retalhos de estofamento dos veículos e sobras de cintos de segurança. Para trazer maior atratividade para os produtos, a Casa da costura conta com uma coleção desenvolvida pela estilista Sandra Barros e novos modelos criados por alunos do Curso de Design de Moda da PUC-PR.
De olho nesse nicho, a Caixa Econômica Federal lançou o Caixa Crescer para atender o micro e pequeno empreendedor, fornecendo crédito e orientação para o negócio. Isabela Cadena, que representava a empresa na Convenção falou da importância do empoderamento da mulher para gerir seus negócios. Segundo ela, o Brasil não foge à regra e está acompanhado as mudanças mundiais. Também aqui mais de 50% dos empreendedores são mulheres. “As mulheres, hoje, são superiores percentualmente na manutenção financeira da casa”, diz.
As matérias sobre os outros painéis e palestras da III Conferência serão publicados durante a semana. Continue acompanhando e curta as nossas páginas nas redes sociais!
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Edna Pinson é jornalista com pós-graduação em Política e Relações Internacionais e especialização em Realidade Brasileira e Coolhunting Reconhecimento de Padrões e Estratégias. É criadora e editora de conteúdo do site de conteúdo feminino mulherreal.com