O Instituto Odeon, organização social (OS) responsável desde o início de setembro pela gestão da Fundação Teatro Municipal de São Paulo, não deve nomear este ano um novo diretor artístico. Segundo fontes ligadas ao teatro, em seu lugar será formado um conselho que definirá os rumos artísticos da instituição.
A demissão do diretor artístico Cleber Papa, contratado no início deste ano, foi uma das primeiras medidas anunciadas pelo Odeon no dia 1.º de setembro, data em que o contrato de gestão com a Prefeitura de São Paulo foi assinado. Como revelado pelo jornal “O Estado de S. Paulo” na ocasião, uma lista de seis nomes foi preparada, para ser discutida com o secretário municipal de Cultura André Sturm, que disse em entrevista que a escolha precisaria ser feita rapidamente.
No estatuto da Fundação Teatro Municipal de São Paulo está prevista a formação de um conselho artístico pelos regentes e diretores dos corpos estáveis – orquestras, corais e balé. Mas, como a Prefeitura anunciou os planos de extinguir a fundação, não está claro se o órgão será constituído por funcionários do Municipal ou por profissionais convidados pela OS.
Indagado sobre todas essas questões, o Instituto Odeon afirmou por nota, apenas que “ainda não há uma definição quanto a esse tema”.
Mudanças
A nomeação da direção artística gerou ruídos no momento do anúncio do Instituto Odeon como OS vencedora do edital realizado pela Prefeitura. O documento já dava ao município poderes de indicar o nome do regente titular (atualmente, o maestro Roberto Minczuk), mas, em 26 de agosto, após o encerramento da concorrência, o texto foi alterado para incluir a participação da secretaria também na nomeação do diretor artístico.
Na ocasião, o Odeon informou, em nota, que “reclamou junto ao conselho deliberativo da Fundação Teatro Municipal mudanças apresentadas no edital após andamento do processo e seleção, o que inclui a prerrogativa de decisão sobre a indicação do diretor artístico”. Sturm, por sua vez, afirmou que a indicação dos diretores por parte da Fundação Teatro Municipal não seria “um ato de imposição”.
Desde o anúncio da contratação da nova OS, e o início de um período que o Odeon chama de “transição”, o teatro tem anunciado sua temporada aos poucos e ainda não há confirmações com relação à programação a partir do próximo mês.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.