A Prefeitura de Guarulhos paga R$ 1 mil por mês ao Instituto de Cidadania e Desenvolvimento Humano Dignitas por cada criança ou adolescente mantido em um dos seis abrigos do município. Apesar disso, faltam 37% de funcionários para que o atendimento fosse de qualidade. Atualmente, 83 jovens são protegidos nos abrigos.
Segundo a Secretaria de Assistência Social e Cidadania, a Dignitas mantém 54 funcionários para atender as crianças. Contudo, ainda é necessária a contratação de mais 20 educadores sociais. A Prefeitura terceirizou a administração dos abrigos em abril de 2010. Uma nova licitação acontecerá no fim deste ano.
A Prefeitura diz que a contratação da Dignitas aconteceu após acordo com o Ministério Público do Estado (MPE) de São Paulo. A secretaria conta que as casas abrigo são locais de passagem para crianças e adolescentes que não podem retornar às famílias de origem, sempre amparadas por medidas judiciais ou demandas de conselhos tutelares.
Após denúncias de que adolescentes de um abrigo na região do Bonsucesso pulariam os muros para ir às ruas, o que causava temor nos vizinhos do local, a promotora de Direitos da Infância e da Juventude, Renata Gonçalves, afirmou ao HOJE, em 28 de abril, que os jovens precisavam de mais atividades e monitores.
Em nota, o secretário de Assistência Social e Cidadania, afirma que a terceirização do atendimento nos abrigos trouxe avanços e que podem ter pleno funcionamento após algumas adaptações. "A participação do terceiro setor na gestão dos abrigos municipais cria responsabilidades compartilhadas e os beneficiados são sempre as crianças e os adolescentes", diz.
Procurada, a Dignitas não retornou os contatos da reportagem até a conclusão desta edição. A promotora Renata, que intermedia as negociações sobre as condições dos abrigos, não pode atender a Reportagem na segunda-feira.