Andy Murray tem o azar de ser contemporâneo de Novak Djokovic, Rafael Nadal e Roger Federer, alguns dos melhores do mundo de todos os tempos. O britânico pode não ter tantos títulos nem tanta fama quanto os rivais, mas não deixa de ser um tenista fora de série. Neste domingo, alcançou mais um feito histórico, ao levar a Grã-Bretanha ao título da Copa Davis, encerrando um jejum de 79 anos.
A conquista, a 10.ª da história dos britânicos no torneio, veio com um triunfo sobre a Bélgica, no saibro de Gent. Murray fez todos os três pontos que levaram a Grã-Bretanha ao título, o terceiro deles neste domingo, ao vencer David Goffin por 3 a 0 sets a 0, com parciais de 6/3, 7/5 e 6/3.
A vitória da Grã-Bretanha é um marco expressivo para a modalidade porque os britânicos inventaram o tênis. O mais antigo e tradicional torneio do mundo é jogado em Wimbledon desde 1877, mas havia quase 40 anos que os precursores do esporte eram coadjuvantes, quase invisíveis no Circuito Mundial. Até que surgiu Andy Murray.
Escocês, sempre jogou sob a desconfiança dos ingleses, mas acabou conquistando-os. Em 2012, ganhou o inesquecível ouro olímpico em Wimbledon. Um ano depois, finalmente ganhou o Grand Slam londrino, quebrando um jejum que durava desde 1936. Eram 76 anos sem que nenhum atleta da Grã-Bretanha vencesse Wimbledon.
Enquanto Djokovic se consagrava como o melhor da atualidade disparado e os já desgastados Federer e Nadal não conseguiam acompanhar o ritmo, Murray se firmou nesta temporada como número 2 do mundo, levando a Grã-Bretanha de volta à final da Davis após 38 anos.
Em Gent, fez os três pontos britânicos. Na sexta, venceu o quase desconhecido Ruben Bemelmans, número 108 do mundo. No sábado, jogando com o irmão Jamie, venceu em duplas. Neste domingo, não tomou conhecimento de Goffin, 16.º do mundo, que contava com o apoio da torcida.
O ponto decisivo foi marcante. Goffin atacou e foi para a rede, fechando os espaços de Murray. O britânico, com pouco equilíbrio, acertou um lob sensacional, encobrindo o belga, que ficou praticamente sem reação. Murray, não. Se jogou no saibro, incrédulo.