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Museu de Arte Naïf, no Rio, anuncia fechamento

O Museu Internacional de Arte Naïf (MIAN), dono do acervo do gênero mais completo do mundo, anunciou que encerrará as atividades em 23 de dezembro. A decisão foi tomada por falta de verbas, depois que a diretora da instituição, Jacqueline Finkelstein, enfrentou dificuldades para fechar a folha de novembro. A intenção dela é manter parte da coleção do museu no casarão da Rua Cosme Velho, na zona sul, ou ceder telas em comodato para equipamentos culturais da cidade.

O MIAN é uma instituição privada, que reúne 6 mil pinturas de artistas de 120 países, coleção amealhada pelo joalheiro francês Lucien Finkelstein (1931-2008), pai de Jacqueline. Com apenas seis funcionários, tem custos relativamente baratos.

Mas, desde meados dos anos de 2000, tem enfrentado dificuldades para se manter.
Em março de 2007, chegou a fechar as portas para visitações espontâneas. Somente grupos com no mínimo 10 pessoas, com visitas previamente marcadas, eram aceitos. Em fevereiro daquele ano, havia perdido 40 obras por causa de infiltrações e cupins. Em 2011, até as visitas agendadas foram suspensas.

Em 2012, o casarão do século 19 passou por reformas bancadas pela prefeitura (R$ 400 mil), pelo fundo holandês Prince Claus Fund (R$ 35 mil), do governo do Estado (R$ 239 mil) e também por financiamento coletivo (R$ 30 mil). Reabriu com programações que logo caíram no gosto dos cariocas, como os Saraus e o “Naïf para Nenéns”. Mas o dinheiro arrecadado com bilheteria e ingressos dos eventos não foi suficiente para manter o funcionamento do museu.

“Tendo em vista a inexistência de projetos de exposições, editais de patrocínio, patrocinadores e ou apoios que garantam a continuidade do trabalho desenvolvido pelo MIAN em 2017, comunico com pesar o encerramento das atividades do Museu Naïf no dia 23 de dezembro de 2016”, informou Jacqueline, em carta.

Ela disse esperar ainda que as secretarias de Cultura do Estado e do Município ou o Instituto Brasileiro de Museus “devolvam à cidade do Rio de Janeiro este valioso patrimônio cultural”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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