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Museu do Amanhã quer inspirar atitudes sustentáveis nos visitantes

Uma das principais obras da nova zona portuária, uma área histórica, porém degradada, que vem sendo revitalizada nos últimos cinco anos, o Museu do Amanhã é irmão do Museu de Arte do Rio (MAR), que fica na mesma Praça Mauá e foi inaugurado em 2013. Um passe que sirva aos dois deverá ser criado para facilitar a visitação.

A inauguração para o público está marcada para o dia 19 de dezembro, com um viradão – o museu vai abrir às 10 h e só fechará às 18 h do dia 20. Dias 19 e 20, a entrada será gratuita. A partir da semana seguinte, o ingresso deve ficar em R$ 8.

Executada pela prefeitura, a obra custou R$ 215 milhões e atrasou quatro anos. “Foi pela dificuldade arquitetônica. Deus queira que a data não mude mais. O museu traz novas paisagens para a cidade”, disse o prefeito Eduardo Paes (PMDB), em entrevista por telefone na quarta-feira, dia 18. O conteúdo foi desenvolvido em parceria com universidades brasileiras e estrangeiras e entidades como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Planetário do Rio.

Por ser pioneiro, seu conteúdo desperta curiosidade em quem acompanha a longa construção. “Afinal, do que vai tratar o Museu do Amanhã?” – é uma pergunta que só encontra resposta ao se conhecer sua exposição permanente, afirmou Hugo Barreto, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, que concebeu o Amanhã com a bagagem trazida dos Museus da Língua Portuguesa e do Futebol, em São Paulo, e, no Rio, do MAR.

“Os museus de ciência olham para os vestígios do passado, como o Museu de História Natural de Nova York, ou reproduzem fenômenos da natureza, como o La Villette, de Paris. Aqui, refletimos sobre que tipo de sociedade a gente quer. Pensamos no nome Museu do Futuro, mas é o amanhã que nos diz respeito”, disse também Barreto.

A curadoria e os designers Ralph Appelbaum, norte-americano, e Andrés Clerici, argentino, que trabalharam na concepção do Museu da Língua Portuguesa, refletiram qual seria a mensagem do museu, uma vez que ele trata de questões da atualidade. É nítido, ao fim da visita, que se busca inspirar atitudes sustentáveis nos visitantes. “A gente debateu por muito tempo como seria essa conclusão”, conta o curador. “O museu não pode ser nem otimista-ingênuo nem pessimista-depressivo, tem que ser realista. Nós apresentamos a melhor ciência para mostrar que os cenários do clima são preocupantes, mas são apenas possibilidades”, afirmou o curador Luiz Alberto Oliveira.

Segundo Andrés Clerici, os ambientes foram desenhados “como uma ópera” e houve a preocupação de que não fiquem datados rapidamente, nem em termos de forma nem de conteúdo. “Na era do Antropoceno, criamos uma ideia de vertigem, a pessoa se sente pequena. Ao fim, vem algo mais caloroso”, compara. “Não é um museu futurista, é humanista.”

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