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Museu em Congonhas tem como objetivo preservar obra de Aleijadinho

Conhecida por abrigar os profetas de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, a cidade de Congonhas (MG) inaugurou nesta terça-feira, 15, um museu dedicado à preservação da obra-prima do artista mineiro.

Localizado ao lado do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, o prédio do Museu de Congonhas, uma construção moderna, toda branca e com detalhes de concreto aparente, destoa do restante do cenário que remete ao período colonial brasileiro.

O espaço vai contar com coleções de arte sacra e barroca. O seu principal objetivo, porém, será incentivar o desenvolvimento de técnicas para a restauração de esculturas produzidas em pedra sabão, consideradas um símbolo da região.

O material foi utilizado por Aleijadinho para produzir um dos principais cartões-postais de Minas Gerais: os 12 profetas em tamanho real que ficam do lado de fora do santuário. Ao ar livre, as obras ficam expostas a todo tipo de intempérie e intervenção humana, o que acelera a degradação das esculturas.

O acervo do museu já abriga réplicas perfeitas de dois dos profetas – Joel e Daniel. Cada cópia custou R$ 500 mil. Segundo o diretor do museu, Sérgio Rodrigo Reis, serão necessários cerca de R$ 5 milhões para a confecção das outras dez peças.

Reis também explica que, quando as 12 esculturas estiverem prontas, se dará continuidade à discussão sobre se as peças originais devem ou não serem removidas do local onde estão hoje. Já há um espaço no museu específico para acolher as esculturas e colocá-las exatamente na mesma disposição pensada por Aleijadinho. Com isso, as obras ficariam mais bem protegidas.

Durante a cerimônia de inauguração, a presidente Dilma Rousseff fez questão de destacar a importância que o espaço vai ter na preservação das obras do artista mineiro. “A intenção é transformar o Museu de Congonhas em centro de referência para estudos e pesquisas sobre o barroco e sobre a conservação de monumentos em pedra sabão”, disse.

A inauguração do museu faz parte das comemorações dos 30 anos do reconhecimento do santuário como Patrimônio Cultural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

A obra custou R$ 25 milhões na obra, sendo R$ 7,5 milhões da prefeitura de Congonhas e o restante financiado com recursos captados pela Lei Rouanet. O BNDES, um dos principais patrocinadores do museu, foi responsável por um investimento de R$ 7,2 milhões.

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