Variedades

Musicais revelam sonhos de bastidores

A fama e o mundo das celebridades inspiram dois musicais em cartaz em São Paulo. Em Divas, que está no Teatro Procópio Ferreira, três melhores amigas, que formaram uma girl band na adolescência, se reencontram num reality show e precisam enfrentar as diferenças do passado e competir entre si.

Já Tudo é Jazz – Um Tributo Musical a Kander e Ebb, que fica só até domingo, 30, no Espaço Promon, rende homenagem a dois grandes nomes do cancioneiro popular (John Kander e Fred Ebb), compositores de sucesso da Broadway, responsáveis pela criação de Chicago, Cabaret, O Beijo da Mulher Aranha e do grande hit musical New York, New York, imortalizado nas vozes de Liza Minelli e Frank Sinatra.

“Divas passeia entre o show e uma peça musicada, porque tem momentos em que a estética e o som se transformam em show, fica tudo mais alto, faz lembrar um estádio, mas também temos aqueles momentos em que tudo fica mais introspectivo, como se fosse uma peça musicada”, comenta Jarbas Homem de Mello, conhecido por belas interpretações em cena (Chaplin, Crazy for You, Cabaret) e que novamente assume a direção de um espetáculo – é dele também a assinatura do divertido Forever Young, no qual também atua.

As três amigas são interpretadas por Jeniffer Nascimento, Nikki e Luiza Possi, que faz sua estreia em musicais. “A Nikki estava desesperada por conta da parte de interpretação, e eu falei que eu estava desesperada com a voz, porque canto de um jeito e, no musical, tenho de ter um punch muito maior”, conta Luiza, ainda em processo de acomodação em sua nova experiência teatral. “Tem coisas que me encantam, outras nem tanto”, comenta. “Há situações nas quais não me sinto à vontade fazendo ou então não acredito naquela linguagem. Não pretendo emendar um musical no outro. Tudo depende de como aquilo vai mexer comigo.”

O espetáculo tem também seu lado “tecnológico”, que complementa a dramaturgia e a parte musical, e coloca o espectador em cena ao torná-lo responsável por escolher os hits cantados na grande final do reality show da trama: “Divas é ao mesmo tempo interativo e multimídia”, conta Jarbas. “Usamos projeções ao vivo, filmadas da própria cena e exibidas em um telão. Também reproduzimos gravações de celebridades e vídeos enviados através das mídias sociais. É uma metalinguagem teatral, junto com a linguagem televisiva e a velocidade da internet. E preparamos tudo isso em pouquíssimo tempo.”

E, como se trata de uma competição – afinal, elas disputam um reality show -, as canções são verdadeiros desafios e reúnem grandes sucessos que marcam época desde a década de 1970 e ganharam o mundo nas vozes de estrelas como Céline Dion, Madonna, Cher, Whitney Houston, Donna Summer, Mariah Carrey, Shakira, Spice Girls, Christina Aguilera, Beyoncé, Britney Spears, Jessie J, Rihanna, Tony Braxton e Lady Gaga.

Já o som de Tudo é Jazz caminha por outras estradas – a história se passa em um café da Times Square, em Nova York, e entrelaça situações cotidianas à rotina de cinco personagens. Em comum, todos presenciam o fato de estarem à margem do “mundo da Broadway” e viverem os altos e baixos da roda gigante da vida.

“Tudo é Jazz é um espetáculo conceitual e, ao todo, são 28 números que exigem muito vocalmente”, comenta o diretor Daniel Kostás. “Nós precisamos proporcionar essa catarse para quem está assistindo. Se eu estivesse ali fora, no saguão, eu adoraria contar a história dessa diva, que as pessoas ficam imaginando como ela seja”, observa a atriz Simone Gutierrez, que vive uma personagem justamente chamada A Diva.

“Tudo tem a ver com o estilo do que estamos contando”, completa Leandro Luna, intérprete do Bartender. “Às vezes, uma peça como essa não cabe em um teatro muito grande, ou até cabe, mas não importa o tamanho do teatro, mas como chega no público.” (Colaborou Grazy Pisacane)

DIVAS
Teatro Procópio Ferreira.
Rua Augusta, 2.823. Tel.: 3083-2286. 5ª e 6ª, 21h; sáb., 18h e 21h30. dom., 17h.
R$ 50 / R$ 150. Até 13/1

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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