Variedades

Músicas de Braguinha inspiram peça que defende a força da arte

Carlos Alberto Ferreira Braga, mais conhecido como Braguinha e também por João de Barro (1907-2006), foi o compositor de carreira mais longa no Brasil no final da década de 1920 até os anos 1990 e um dos que mais levaram as músicas para o disco. É com base na obra dedicada às crianças do autor de grandes canções de carnaval que se estrutura “Braguinha: Sons, Canções e Histórias”, musical dedicado ao público infantojuvenil, que estreia neste domingo, 25, no Sesc Ipiranga.

O ponto de partida são duas crianças que, perdidas na floresta, pedem abrigo em uma casa de barro. O proprietário, Braga, além de acolher os meninos, lhes apresenta suas músicas e histórias, e também objetos antigos e considerados obsoletos, como a vitrola, que, quando acionada, transporta magicamente todo mundo para viver outros personagens em fábulas como “A Cigarra e a Formiga” e “Festa no Céu”.

Transportados, junto a Seu Braga e à Mãe, para as histórias que o disco conta e levados a encarnar os personagens que elas trazem, todos se modificam, adquirindo um novo olhar sobre o mundo.

“O espetáculo tem como valor principal a defesa do potencial transformador da arte”, comenta Kiko Rieser, da Cia Coisas Nossas de Teatro, que divide a direção com Cristiano Tomiossi. “Conhecer a vitrola, um objeto hoje raro, mas que foi o primeiro suporte físico para a música e para as narrativas orais, faz Pinduca e Chapeuzinho, as duas crianças que até então só estavam preocupadas em fugir do Lobo Mau, descobrirem um universo de magia e encantamento.”

As criações de Braguinha abraçam com carinho o mundo das fábulas – ele roteirizou e musicou as canções presentes em histórias como as já lembradas “A Cigarra e a Formiga” e “Festa no Céu”, além de “Chapeuzinho Vermelho”, “O Gato na Tuba” e “Viveiro de Pássaros”.

Com base na obra de Braguinha, a dramaturgia de Paulo Rogério Lopes foi criada a partir de suas letras e histórias, presentes na já clássica coleção Disquinho. Não há a preocupação de apresentar toda a obra do compositor, mas, com ela, traçar um panorama de seu legado.

“Não importa se essa viagem aos cenários da ficção se dá concretamente ou se é apenas exercício da imaginação, importa a potência que ela adquire na vida de cada um dos personagens. É assim que direito à liberdade, importância de cada profissão e respeito ao espaço do outro vão sendo discutidos ao longo da peça”, continua Rieser. “O espetáculo convida as crianças a descobrir que cada história pode ser um novo mundo.”

A Cia Coisas Nossas de Teatro tem dois espetáculos em seu repertório: Noel Rosa, O Poeta da Vila e Seus Amores e Vinicius de Vida, Amor e Morte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

BRAGUINHA: SONS, CANÇÕES E HISTÓRIAS
Sesc Ipiranga. Rua Bom Pastor, 822. Tel.: 3340-2000. Dom., 11h. R$ 17. Estreia domingo (25). Até 30/7

Posso ajudar?