Viralizou um vídeo do cantor Mumuzinho fazendo show para moradores do seu condomínio durante a tarde da última sexta-feira, 27/3, no Rio de Janeiro. A iniciativa, no entanto, já ocorria em diversos municípios do Brasil, inclusive em Guarulhos, onde músicos de estilos diversos têm levado alegria pela sacada de seus apartamentos em meio à quarentena pela pandemia do coronavírus.
No condomínio Vero, localizado na Vila Augusta, o violinista Ângelo Bonetti lançou o “Concerto na Varanda”. Formado no Conservatório de Tatuí, o músico tem relação de mais de três décadas com o instrumento e vive das apresentações que realiza. Ao GuarulhosWeb, ele conta como surgiu a ideia de tocar na sacada de seu apartamento para os vizinhos. “Estava de quarentena, então decidi tocar algumas músicas em agradecimento à equipe da saúde que está trabalhando por nós e também para descontrair o pessoal que está dentro de suas casas e apartamentos. Aí o pessoal ovacionava a cada música e meu Whatsapp enchia de mensagens de agradecimento”, afirma Bonetti.
Emocionado, o violinista relata um episódio na última semana, quando agentes de segurança pública pararam para ouvir sua música. “Eu me sinto muito querido e bem recebido quando toco. O coração enche de alegria e gratidão. Em todas as vezes termino com o Hino Nacional e, na última vez, até os policiais que estavam passando, pararam, saíram da viatura, vestiram o quepe (chapéu da farda) e ficaram em posição de sentido na hora do Hino. Fiquei emocionado e orgulhoso por ter feito isso. Farei novamente assim que puder”, completa.
Há poucos metros do Vero está o Residencial Suprema, no bairro vizinho do Gopoúva, o Ville Mediterranee tem acompanhado, quase que diariamente, as apresentações do sargento Carlos Cerdeira. Trompetista da Banda Sinfônica do Exército, ele adotou o nome artístico Carlinhos Alligator e também tem realizado concertos na varanda de seu apartamento. Ele se emociona a cada show dedicado aos condôminos. “Música é a arte de manifestar através do som os diversos sentimentos da alma. Eu me sinto assim ao pé da letra. Choro quando toco, choro quando ouço e, graças a Deus, consigo passar isso quando executo meu instrumento”, diz o trompetista.
A exemplo do que aconteceu com Ângelo, Alligator gerou comoção durante a execução do Hino Nacional. “Eu estava com minha família e peguei o trompete e comecei a tocar o hino na varanda. Os vizinhos adoraram, claro que alguns podem ter achado que eu fiz alusão política a A ou B, mas não. Eu sou militar e simplesmente toquei o que eu queria. Foi emocionante”, finaliza.
Na região do Bosque Maia, o som de um piano arrancou aplausos durante cerca de uma hora no Residencial Botânica. O responsável pela reação foi Jorge Santana, um perito em fonética que leva o instrumento como hobby. Ele conta à reportagem que o comprou com o objetivo de utilizá-lo na gravação de um filme sobre a história dos Mamonas Assassinas. O primo do vocalista Dinho fechou parceria musical com o DJ Alok em uma gravação de Pelados em Santos, clássico da banda. “Tenho me dedicado a algumas músicas que gosto e fui à sacada tocar um pouco. Tomei um susto quando vi dezenas de pessoas aplaudindo. Fiquei surpreso, mas achei muito legal”, explica Santana.