Demorou quase duas semanas, mas Elon Musk enviou o primeiro e-mail para os funcionários do Twitter, após comprar a companhia por US$ 44 bilhões – foi a primeira comunicação depois da demissão em massa feita no início do mês. Enviada na noite de quarta-feira, 9, a mensagem não é nada animadora. Nela, o magnata pediu para a equipe se preparar para "tempos difíceis", resultado de uma economia "terrível". Além disso, o novo chefe encerrou a política de trabalho remoto, instituída durante a pandemia.
No e-mail, Musk explicou que o ambiente econômico mais fraco nos EUA traria dificuldades para os anúncios da empresa. "Francamente, o cenário econômico à frente é terrível, especialmente para uma empresa como a nossa, que é muito dependente de anúncios em um clima econômico desafiador. Além disso, 70% da nossa publicidade é de marca e não de desempenho específico, o que nos torna duplamente vulneráveis!", diz um trecho do e-mail.
De acordo com o proprietário do Twitter, a prioridade máxima da empresa no momento é o Twitter Blue, que fornece assinaturas de US$ 8 por mês para usuários que desejam ter o selo de verificação e outros recursos em seu perfil. "Sem uma receita significativa de assinaturas, há uma boa chance de o Twitter não sobreviver à próxima crise econômica", principalmente porque 90% da receita do Twitter, hoje, é proveniente de anúncios.
Elon Musk informou, também, para que seus funcionários compareçam aos escritórios presencialmente para trabalhar, no mínimo, 40 horas semanais, a partir desta quinta-feira, 10 suspendendo o trabalho remoto – o home office só será aprovado após uma análise individual de cada caso: "Obviamente, se você estiver fisicamente incapaz de ir para um escritório ou tiver uma obrigação pessoal crítica, sua ausência é compreensível", dizia o e-mail.
Além desse e-mail, outro foi enviado logo em seguida, com o título "Prioridade Máxima". Nele, Musk escreveu que "Nos próximos dias, a prioridade absoluta é encontrar e suspender quaisquer bots/trolls/spam verificados como tais".
Com uma onda de demissões em massa nas empresas, como foi o caso do Twitter e, mais recentemente, da Meta, que demitiu 11 mil empregados, analistas esperam um crescimento mais lento nos gastos com publicidades no próximo ano.
Além disso, a receita publicitária do Twitter já havia sido afetada pelo gerenciamento da rede social por Musk, que tomou e voltou atrás em várias decisões – em sua maioria, criticadas por internautas. Nesse cenário de instabilidade na empresa, diversos anunciantes grandes, como a seguradora Allianz, suspenderam os gastos com anúncios na plataforma.
No início de novembro, o bilionário informou em sua conta do Twitter que "Em relação à redução de força do Twitter, infelizmente não há escolha quando a empresa está perdendo mais de US$ 4 milhões/dia".