O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse, nesta quarta-feira, 24, que está confiante em mudar a sorte de seu partido de centro-esquerda, em dificuldades, e que concorrerá a um segundo mandato como líder da Alemanha em uma eleição prevista para o próximo ano, rejeitando a sugestão de que poderia imitar o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e abrir caminho para outra pessoa.
A coligação governamental de Scholz, que tomou posse no fim de 2021, propôs modernizar a Alemanha, mas ganhou uma reputação de estar sempre em discórdia, além de enfrentar uma comunicação ruim. Todos os três partidos da aliança observaram queda da popularidade.
Nas eleições para o Parlamento Europeu no mês passado, os representantes sociais democratas ligados ao chanceler terminaram em terceiro lugar, com apenas 13,9% dos votos, o pior resultado desde a Segunda Guerra, considerando eleições nacionais. O patamar ficou muito abaixo do apoio de 25,7% com que venceram por pouco as últimas eleições nacionais na Alemanha, em 2021.
A queda no apoio é um "incentivo" para melhorar, e "está claro para mim que devemos convencer as pessoas com as nossas ações… e com clareza", disse Scholz em entrevista anual.
Uma pesquisa com membros do Partido Social Democrata, ou SPD, publicada na segunda-feira, sugeriu que apenas um terço achava que ele deveria concorrer novamente ao posto de chanceler nas próximas eleições.
Scholz se recusou a comentar o assunto e esquivou-se de uma questão sobre se ele poderia seguir o exemplo de Biden. "Não, o SPD é um partido muito unido; estamos todos firmemente determinados a entrar juntos na próxima campanha eleitoral e vencê-la e eu, como chanceler, concorrerei para me tornar chanceler novamente", disse.
Ele preferiu ficar calado sobre a eleição presidencial dos EUA. O último governo da Alemanha, no qual Scholz foi vice-chanceler, teve relações por vezes tensas com a administração de Donald Trump, que agora é novamente candidato republicano.
"Trabalharei bem com qualquer governo dos EUA – esse é o meu trabalho, esse é o trabalho da Alemanha e da Europa. Damos muito valor à relação transatlântica", afirmou. Acrescentou que "esta não é apenas uma questão transacional", mas uma questão de valores partilhados, como o Estado de Direito, a democracia e a liberdade.
Questionado sobre a sua opinião em relação à vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, que tenta ser a escolhida como candidata democrata, Scholz disse que a encontrou em diversas ocasiões e a vê como "uma política competente e experiente que sabe exatamente o que pretende fazer e tem ideias muito claras sobre o papel do seu país".