O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou nesta sexta-feira, 21,, em vídeo publicado no Twitter, que não concorrerá à reeleição. O governo liderado por ele enfrenta quadro difícil na economia, com inflação ao consumidor que superou 100% ao ano, com crescimento fraco, aumento na pobreza e uma longa renegociação da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Além disso, o presidente sofre com divergências dentro de seu grupo político, notadamente com sua vice, a ex-presidente Cristina Kirchner.
No vídeo, Fernández diz que seu governo enfrenta um quadro difícil, inclusive uma dura seca que afeta o setor agropecuário, crucial para a economia do país. O presidente defende as atitudes de seu governo e diz que "concentrará seu compromisso em resolver os problemas" da população local, e menciona a importância de enfrentar os efeitos da seca e da guerra na Ucrânia.
Alberto Fernández ainda ressalta que não pretende colocar seus interesses pessoais acima do "movimento", referindo-se ao peronismo. Ele também exalta a sua crença na democracia e defende que as prévias eleitorais (conhecidas como Paso no país) são o veículo ideal para a escolha dos próximos candidatos. Também diz que é preciso evitar que "a direita traga de volta seu pesadelo e sua obscuridade".
Fernández afirma ainda no vídeo que enfrentou nos últimos anos "manobras" para desprestigiar seu governo, mas que escolheu não responder a elas. Apesar disso, diz que seu grupo político está "unido" e que não tem inimigos entre os aliados. "Não tenho na Frente de Todos um só adversário", garante.