A grande imprensa da Argentina em geral considerou que o ministro da Economia, Sergio Massa, se saiu melhor no debate realizado no domingo, 12, que reuniu os dois candidatos que disputam o segundo turno das eleições presidenciais do país. O <i>La Nación</i> questionou alguns analistas, e em todos os casos o governista era visto como o de melhor desempenho, com margens variáveis frente ao candidato ultralibertário Javier Milei.
Entre os analistas ouvidos pelo jornal, Joaquín Morales Solá deu vantagem modesta a Massa, mas criticava o fato de que o atual ministro ficou com maior foco em "desestabilizar Javier Milei", uma intenção "ostensiva desde o primeiro segundo do debate".
O analista não viu um claro vencedor, mas considerou que Massa levou com folga o primeiro bloco, com Milei "mais atrevido" no segundo e no terceiro blocos.
Já Carlos Pagni, ouvido também pelo <i>La Nación</i>, considerou que o ministro da Economia mostrou que preparou muito bem seus argumentos, para explicar cada tema, e buscou também traçar uma "radiografia minuciosa das fraquezas de Javier Milei".
Pagni acredita que Massa conseguiu com destreza cumprir a tarefa de, sendo membro do atual governo, ocupar a posição de questionar o opositor.
Em política externa, por exemplo, Pagni acredita que Milei "deixou claro que lhe faltou bastante preparação".
José Del Rio considerou o debate uma oportunidade perdida para debater de fato o quadro do país, ao destacar que os candidatos se centraram em questões menores, como quando Massa perguntou a Milei como foi o estágio dele no Banco Central da República Argentina (BCRA), que este agora pretende fechar, mas também deu vitória ao governista.
Gail Scriven deu vitória ainda mais clara a Massa, considerando-o "claramente mais preparado com seus ataques, dados e gestos", deixando Milei na defensiva.
Jorge Liotti também via vitória de Massa, "impondo-se claramente" ao discutir os riscos de uma eventual vitória do oposicionista.
Inés Capdevila também deu vitória ao governista, apontado como mais preparado.
No <i>Ámbito Financiero</i>, a avaliação era de que Massa conseguiu dominar "os tempos e os temas" do debate, enquanto o oposicionista "não cometeu erros não forçados".
O <i>Clarín</i> também via Massa em vantagem, "diante de um Milei que não aproveitou a enorme crise deixada pelo governo", e avaliou que o ministro conseguiu pressionar o oposicionista ao longo do evento.
Mais à esquerda, o <i>Página 12</i> via Milei com "um desempenho pobre". Segundo a avaliação nesse diário, o candidato governista conseguiu impor sua agenda e marcar o ritmo da discussão.
Mais liberal, o <i>Cronista</i> afirmou que Massa se concentrou em "quebrar o discurso do libertário e evidenciar seus flancos frágeis", enquanto Milei "buscou se mostrar sereno, mas caiu no jogo do ministro mais de uma vez".