Estadão

Na comissão do MST, Graziano defende consertar a reforma agrária

Em depoimento à CPI do Movimento dos Sem Terra (MST), o ex-presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) Francisco Graziano defendeu reparos no modelo atual de reforma agrária. "Não precisa mais reforma agrária. Precisamos consertar a reforma agrária que nós fizemos", disse.

Graziano argumentou também em favor da realização de um censo rural para averiguar as reais condições dos espaços do campo e promover a diversidade de informações. "Alguns estudos mostram que existe uma tremenda concentração fundiária dentro dos assentamentos. Há como dar terras para milhares de pessoas sem fazer novos assentamentos."

Xico Graziano, como é mais conhecido, atuou nos governos do PSDB e acompanha de perto a atuação tanto do MST quanto da Frente Nacional de Luta, Campo e Cidade (FNL), que realizou as últimas invasões registradas na região do Pontal do Paranapanema.

A sessão da CPI teve um revezamento de parlamentares ora atacando, ora defendendo personagens que vão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o guerrilheiro argentino Che Guevara, morto em 1967.

Parlamentares lulistas acusam o relator, Ricardo Salles (PL-SP), de já ter um relatório pronto. Salles argumentou que Graziano "não tem lado" e apenas traz dados para a tomada de decisões da comissão.

Salles trocou farpas com Sâmia Bomfim (PSOL-SP). "Todo mundo sabe que o principal objetivo do nosso relator com essa CPI era tentar catapultar a sua própria pré-candidatura à prefeitura de São Paulo. Pelo visto não deu muito certo", disse Sâmia. Salles retirou suas pretensões na semana passada, depois da aproximação de seu partido com o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

<b>RAINHA</b>

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) concedeu ontem liminar revogando a prisão preventiva de José Rainha Júnior, principal liderança da FNL, responsável por realizar uma onda de invasões de fazendas no Pontal do Paranapanema, extremo oeste de São Paulo, em fevereiro deste ano. Também foi determinada a soltura de Luciano de Lima e Cláudio Ribeiro, lideranças do movimento. A decisão, não unânime, foi da 13ª Câmara Criminal do TJ.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

Posso ajudar?