O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, deu a atuação da instituição de fomento para mitigar a crise causada pela covid-19 como exemplo da mudança em seu papel estratégico ao longo do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). A estratégia foi apoiar as empresas de pequeno porte e, no longo prazo, manter os projetos em infraestrutura.
Em discurso durante evento em comemoração aos 70 anos do banco, Montezano disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi claro ao pedir que o BNDES focado nas pequenas empresas. "Grandes empresas deveriam receber apoio apenas em situações específicas", afirmou Montezano.
A partir dessa demanda, contou o executivo, surgiu um "modelo típico de inovação aberta", que resultou no Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac), uma das principais medidas do banco de fomento adotada em 2020, para mitigar a crise causada pela covid-19.
O ponto de partida do Peac foi a capitalização do FGI, que o BNDES já operava. Além disso, as regras do FGI foram alteradas, flexibilizando a concessão de garantias para que as empresas de menor porte tomassem empréstimos com esses avais e incentivando a adesão de bancos comerciais.
Após o discurso de Montezano, ainda durante a cerimônia comemorativa, na sede do BNDES, no Rio, Guedes assinou a portaria que permitirá a reabertura do Peac. Em 2020, o Tesouro aportou R$ 20 bilhões no fundo de aval. Com isso, o Peac garantiu, até 31 de dezembro de 2020, 135.720 empréstimos, tomados por 114.355 empresas, somando um valor total de R$ 92,1 bilhões.
No discurso, Montezano disse que esses empréstimos permitiram um avanço de 15% no estoque de crédito para pequenas empresas, apenas em seis meses de 2020.