O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), fechou um acordo para reativar o teleférico localizado no Complexo do Alemão, zona norte da capital fluminense. O modo de transporte está parado há mais de cinco anos e, como mostrou o <b>Estadão</b> em abril deste ano, tem estações totalmente abandonadas, com áreas depredadas e equipamentos enferrujados.
Castro e secretários do governo se reuniram na França com a empresa Poma, que implementou o sistema de transporte. Segundo comunicado do Palácio Guanabara, a reunião marcou a definição da entrega de uma proposta técnica com cronograma e orçamento para as obras – o que será feito em dezembro. Em setembro, representantes da empresa visitaram o Alemão para analisar as condições.
A atual situação do teleférico, inaugurado em 2011, acabou até com a função social dos prédios das estações, antes usados como Clínica da Família, bibliotecas e espaços esportivos, por exemplo. A reportagem deste ano do <b>Estadão</b> – que foi finalista do Prêmio CNT de Jornalismo – mostrou o impacto da paralisação não só para a mobilidade em si, como também para a renda e a demanda de serviços nas favelas do complexo.
"Vamos devolver à população das comunidades do complexo esse importante meio de transporte. Vamos levar mais dignidade aos moradores e ajudar no desenvolvimento econômico da região, já que a volta do teleférico movimenta a economia local, gerando emprego e renda e atraindo, inclusive, turistas", disse Castro, em nota enviada pela assessoria.
Enquanto a empresa francesa trabalhará no sistema de transporte em si, a reabilitação das estações será feita pela Secretaria de Infraestrutura e Obras com dinheiro do leilão da Cedae, a empresa de água e esgoto do Estado. Nesse caso, as intervenções devem durar de dez a 12 meses e custar R$ 10 milhões.
O Teleférico do Alemão tem 3,5 quilômetros de cabo e, quando funcionava, transportava em média 10 mil pessoas por dia em suas 152 gôndolas. São seis estações, e a principal delas, Bonsucesso, tem integração com o sistema de trens da SuperVia.
Um dos símbolos daquele Rio que buscava repaginar sua imagem antes dos grandes eventos, o modo de transporte foi viabilizado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal é inaugurado quando as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) começavam a se estabelecer na cidade. O governador fluminense era Sérgio Cabral (MDB), que está preso desde 2016 sob acusações de corrupção.
A paralisação do teleférico começou como algo temporário, motivada pela necessidade de se trazer uma peça da Europa. Depois, contudo, a crise do Estado e atritos entre concessionárias e o governo fizeram com que o sistema fosse totalmente abandonado.