Sob um céu cinza e chuva, a capital da França tem vários atos para lembrar as vítimas dos ataques ocorridos há uma semana. A maioria das manifestações públicas está proibida em Paris desde os ataques, mas os parisienses saíram às ruas espontaneamente nesta sexta-feira para se reunir diante de restaurantes, cafés e da casa de shows que foram alvos, para deixar flores, velas ou fazer vigílias silenciosas.
Estava previsto um evento marcado para esta sexta-feira na mais antiga mesquita da França, para mostrar a solidariedade das diferentes comunidades religiosas diante do ataque. O ato, porém, foi cancelado por temores sobre a segurança do local.
Na última sexta-feira, homens armados e suicidas atacaram cafés, restaurantes e as proximidades de um estádio. Foram mortas 129 pessoas e mais de 350 se feriram, na ação reivindicada pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Também nesta sexta-feira, o escritório da promotoria de Paris disse que um terceiro corpo foi encontrado na última noite em um apartamento invadido pela polícia na busca por suspeitos de envolvimento com os ataques. O corpo era de uma mulher, mas não estava claro quem ela era. Promotores já identificaram um dos mortos na ação policial da quarta-feira em Saint-Denis como Abdelhamid Abaaoud, suposto mentor dos ataques.
O presidente da França, François Hollande, comandará uma cerimônia nacional no dia 27, em memória das vítimas. O evento ocorrerá no Hotel des Invalides, um monumento parisiense onde está o túmulo de Napoleão e que é visto como um símbolo da força militar e internacional da França.
A polícia francesa, enquanto isso, segue à procura de eventuais envolvidos nos crimes. O chefe da polícia nacional, Jen-Marc Falcone, disse hoje que não sabe se um dos principais suspeitos pelos ataques, Salah Abdeslam, está ou não em território francês. Autoridades europeias disseram anteriormente que a polícia francesa parou Abdeslam na manhã seguinte aos ataques da última sexta-feira, na fronteira com a Bélgica, mas ele acabou liberado. O irmão dele, Brahim, estava entre os sete suicidas dos ataques. Abdeslam é procurado como cúmplice.
Ministros do Interior e da Justiça da União Europeia se reúnem hoje para avaliar a melhor resposta à ameaça extremista. A França e a Bélgica defendem que sejam adotadas leis mais rígidas para controlar a posse de armas, checagens de segurança mais duras e que se destinem mais fundos para combater os grupos extremistas. Fonte: Associated Press.