Pelo menos seis trabalhadores em condições análogas ao trabalho escravo foram libertados na tarde da sexta-feira, 27. Eles trabalhavam e moravam em um apartamento na região entre os bairros da Luz e Bom Retiro, na zona central de São Paulo.
Segundo o denunciante, um homem que é um dos libertados, seis peruanos trabalhavam na confecção de mochilas escolares. Eles moravam no local de trabalho, propriedade de um casal, também peruano. Para a polícia, os agora libertados relataram que já trabalharam das 3 horas às 22 horas em um único dia – um total de 20 horas.
A equipe de investigação confirmou que as condições observadas no apartamento são precárias e análogas à de trabalho escravo, como disse o delegado Júlio Cesar dos Santos ao Jornal Nacional da TV Globo. “É algo reprovável”, afirmou.
A denúncia ocorre em meio à polêmicas sobre o assunto no País. No último dia 16 de outubro, uma portaria publicada no Diário Oficial determinou que só o ministro do Trabalho pode incluir empregadores na Lista Suja do Trabalho Escravo, esvaziando o poder da área técnica responsável pela relação.
A regra, que dificulta a fiscalização, foi suspendida pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal. Segundo o ministro da Casa-Civil, Eliseu Padilha, o presidente Michel Temer pode derrubar a portaria.