Em sua resposta ao relatório em que a Comissão Europeia recomenda a abertura de um Procedimento de Déficit Excessivo (EDP, na sigla em inglês) baseado na dívida da Itália, o governo do país defendeu que o seu déficit fiscal ficará em 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, “significativamente abaixo” da projeção de Bruxelas, de um rombo de 2,5% do PIB.
O Palácio Chigi, sede do governo italiano, argumenta que essa estimativa de 2,1% do PIB para o déficit fiscal deste ano – abaixo também da projeção apresentada anteriormente por Roma ao órgão Executivo da União Europeia, de 2,4% do PIB – seria alcançada por meio de receitas tributárias e não tributárias, como lucros e dividendos, mais altas que o esperado anteriormente.
São apontados ainda como benéficos os efeitos de gastos mais baixos a partir de “provisões prudenciais”. “Esse resultado constituiria um respeito substancial ao braço preventivo do SGP (Pacto de Estabilidade e Crescimento)”, afirma o comunicado, referindo-se a parâmetros firmados em consonância com a Comissão Europeia.
Roma também defende que o déficit fiscal continuará caindo após este ano, chegando a 1,8% do PIB em 2020.
No relatório em que conclui que a abertura de um EDP está “justificada”, a Comissão Europeia projeta um aumento acelerado da dívida total italiana, para 135,2% do PIB no ano que vem.
“O governo tem esperança na continuação de um diálogo construtivo com a Comissão de forma a alcançar um acordo sobre as formas em que os objetivos para o ano corrente serão atingidos e uma trajetória descendente do déficit, consistente com os compromissos já assumidos pelo governo e pelo Parlamento italianos”, conclui o Palácio Chigi.