O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, usou seu discurso neste ano na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas para fazer críticas duras à Rússia. Segundo ele, o país viola a Carta da ONU "descaradamente", ao invadir e tomar território à força do vizinho.
Biden disse que a Rússia ameaçou nesta quarta-feira nuclearmente a Europa, além de convocar soldados para o conflito na Ucrânia.
Ele ainda qualificou o plebiscito almejado por Moscou para áreas do território ucraniano sobre sua eventual incorporação à Rússia como algo "vergonhoso" e pediu união da comunidade internacional para resistir à ação russa e condená-la "de modo inequívoco". "Essa guerra quer acabar com o direito da Ucrânia existir, simples assim."
O presidente norte-americano lembrou o apoio econômico à Ucrânia para sua defesa e também a imposição de sanções contra a Rússia, pelos EUA e aliados. E ressaltou que as sanções permitem de modo explícito que os russos continuem a vender alimentos e fertilizantes, para não prejudicar a alimentação global. "Temos trabalhado para impor custos à Rússia e responsabilizá-la", comentou.
Ele ainda pediu um "fim justo" para a guerra, que não inclua a tomada de territórios.
<b>Conselho de Segurança</b>
Biden defendeu também que o Conselho de Segurança, órgão decisório máximo da Organização das Nações Unidas, seja expandido, com mais vagas "permanentes e temporárias". Ele disse que essa eventual reforma incluiria postos permanentes para países que os EUA "tem apoiado há tempos".
O presidente dos EUA não citou nações específicas, mas disse que isso abarcaria países da "África, América Latina e Caribe".
Apesar de a questão não ter estado em foco nos últimos anos, o Brasil há tempos almeja uma cadeira permanente no Conselho de Segurança. Em 2012, por exemplo, a então secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que os EUA apoiariam a presença do Brasil, mas condicionando isso à concordância de todos os membros.
Nesta quarta, Biden também defendeu que seja restringido o uso de vetos pelos membros permanentes do Conselho de Segurança. Para ele, esses vetos deveriam ser utilizados apenas em situações "pouco comuns ou extraordinárias", para garantir que o órgão tenha uma atuação "digna de crédito e eficaz".
A Rússia é a usuária mais frequente do direito ao veto, mas os EUA também recorrem a ele com frequência, em segundo lugar nessa lista.