Na Rússia, ministros de Índia e China concordam em diminuir tensão em fronteira

Os ministros da Defesa da Índia, Rajnath Singh, e da China, general Wei Fenghe, se reuniram na capital russa na sexta-feira para tentar reduzir as tensões na fronteira disputada pelos dois países, na região de Ladakh oriental. O último confronto no local resultou na morte de 20 soldados indianos em junho.

No encontro, Singh disse que "a situação atual deve ser tratada com responsabilidade e nenhum dos lados deve tomar qualquer ação que possa agravar a questão", segundo comunicado do Ministério da Defesa da Índia. Singh também afirmou que o grande número de tropas chinesas na região e seu comportamento agressivo violam acordos bilaterais existentes.

Foi a primeira reunião presencial de alto nível dos dois países desde o início do impasse, em maio, nas montanhas Karakorum. Até então, os chanceleres e outras autoridades vinham conversando apenas por telefone. De acordo com o ministério indiano, o pedido de reunião partiu do ministro da Defesa chinês.

A disputada fronteira de 3.500 quilômetros entre Índia e China se estende da região de Ladakh, no norte da Índia, até o estado indiano de Sikkim, no nordeste do país. Os dois países travaram uma guerra de fronteira em 1962, que envolveu Ladakh e terminou em trégua. Desde então, tropas têm guardado a área, ocasionalmente lutando, ainda que as duas nações tenham acordado em não promover ataques com armas de fogo. O conflito de junho diz respeito a uma área intocada que conta com a pista de pouso mais alta do mundo e a uma geleira que alimenta um grande sistema de irrigação na região.

A reunião entre Fenghe e Singh ocorreu paralelamente a um encontro dos chefes de Defesa da Organização de Cooperação de Xangai, que reúne China, Índia, Paquistão, Rússia, Casaquistão, Curdistão, Tajiquistão e Usbequistão.

Segundo nota publicada no site do Ministério de Defesa da China, Wei disse a Singh que os dois lados deveriam "esfriar" a situação e "manter a paz e a tranquilidade". Contudo, afirmou também que a responsabilidade pelas tensões "é totalmente da Índia". "Nem um centímetro do território chinês pode ser perdido", afirmou o Ministério da Defesa.

Em uma postagem no Twitter, o Ministério da Defesa da Índia informou que Singh comunicou a seu homólogo chinês que "os dois lados devem continuar as discussões, inclusive por meio de canais diplomáticos e militares, para garantir a redução da escalada (das tensões na região) e restauração total da paz e tranquilidade ao longo da ALC (linha de controle atual) com a maior brevidade". Fonte: Associated Press.

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