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Na TV, Cabral elogia Pezão e não fala do próprio governo

O ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) ocupou apenas 14 segundos dos oito minutos e 57 segundos do programa exibido na televisão no início da tarde desta sexta-feira, 22, pela coligação Rio de Janeiro em Primeiro Lugar, encabeçada pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Sem ser identificado como ex-governador, de quem Pezão foi vice por sete anos e três meses, Cabral usou o tempo para elogiar o sucessor e afilhado político, tendo uma estante desfocada ao fundo. Seu rosto apareceu no vídeo por oito segundos – o resto do tempo foi ocupado por sua voz em off, sobre outras imagens. Não fez menções diretas a seu governo, encerrado no início do ano por sua renúncia.

“Pezão é uma pessoa simples”, disse Cabral. “(Com) capacidade de governar, de conhecimento dos problemas do Estado. Realizador, já provou isso, Tirou do papel sonhos. E vai cada vez mais integrar todos nessa direção do Rio desenvolvido.”

Cabral deixou o governo em abril, ainda sob a crise de impopularidade aberta pelas manifestações de junho de 2013, marcadas por excessos da Polícia Militar, sob seu comando, contra manifestantes. A campanha de Pezão tem optado por não assumir ostensivamente a defesa do ex-governador, preferindo usar termos genéricos, como “nosso governo”, para elogiar e defender a continuidade de obras e realizações da atual administração. O nome de Cabral não é geralmente nem mesmo citado pelo candidato a governador. Foi a segunda participação de Cabral na campanha televisiva. Ele já tinha aparecido na terça. “Por causa do Pezão, nosso governo conseguiu tirar muitas obras do papel, muitos sonhos”, afirmou na ocasião.

O programa de Pezão dedicou-se a apresentá-lo como administrador. O candidato apareceu visitando obras que coordenou no governo, como o Arco Metropolitano. Imagens de Pezão a bordo de um carro, percorrendo a via sob sol forte, abriram e fecharam o programa. “Neste Estado, as pessoas diziam que não tinha mais jeito”, disse ele, enquanto o automóvel percorria a estrada recém-inaugurada. O candidato também mostrou imagens suas com moradores do conjunto residencial construído na área da antiga CCPL, na zona norte, e em conversa com moradores da Tijuca, sobre as Unidades de Polícia Pacificadora. Como resposta velada a reclamações de falta de policiamento nas ruas (a prioridade seria das UPPs, segundo críticos), Pezão prometeu mais 12 mil policiais.

Em seu programa, o senador Lindbergh Farias (PT) insistiu em mostrar as diferenças entre o que chama na campanha de “Rio de cartão postal” (a zona sul da capital) e os bairros e cidades mais pobres. “As pessoas sabem que o Rio pode ser bem melhor e que chegou a hora de mudar”, disse Lindbergh. Ele voltou a exibir depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pedindo votos em sua candidatura.

O candidato Anthony Garotinho (PR) afirmou que “tem lado” e voltou a citar iniciativas de seu governo anterior, marcado por programas sociais voltados para os mais pobres.

Marcelo Crivella (PRB) investiu em imagens de rua.

Entre os nanicos, Dayse Oliveira (PSTU) denunciou demissões de trabalhadores e repressão a manifestações nas ruas. “Proteste, vote PSTU”, pediu a campanha.

Senado

Na campanha pela vaga no Senado, Carlos Lupi (PDT) exibiu depoimento da presidente e candidata à reeleição pelo PT Dilma Rousseff. Segundo ela, Lupi é “comprometido com as causas populares”. O líder nas pesquisas, deputado federal e ex-jogador de futebol Romário (PSB) – adversário nacional, mas aliado local do PT – se apresentou. “Nasci na favela do Jacarezinho”, disse, relatando suas raízes no subúrbio carioca. Imagens do ex-atleta brincando com garotos com uma bola em um campo de terra e de sua atuação como parlamentar marcaram o programa.

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