Estadão

Na Venezuela, Corina Machado reivindica vitória em primárias para liderar oposição

Os primeiros resultados nas primárias presidenciais da oposição venezuelana deram uma grande vantagem à ex-deputada Maria Corina Machado, e ela rapidamente reivindicou a vitória como a escolha dos eleitores para liderar a campanha para encerrar a presidência de Nicolás Maduro, que dura uma década.

A Comissão Primária Nacional independente, que organizou as primárias, não divulgou quaisquer resultados até muito depois do encerramento das assembleias de voto no domingo, culpando a censura na internet.

Os organizadores disseram que nas primeiras 601.110 cédulas apuradas, cerca de 93% escolheram Machado, que entrou na votação como forte favorita. O restante dos votos foi distribuído entre os outros nove candidatos. Não houve indicação de quantas pessoas votaram ao todo, e os organizadores devem divulgar resultados adicionais ao longo desta segunda-feira.

Embora o governo tenha concordado, em princípio, em deixar a oposição escolher o seu candidato para as eleições presidenciais de 2024, também já proibiu Machado de concorrer ao cargo. No passado, o governo de Maduro violou a lei, retaliou adversários e violou acordos como considerou adequado.

As eleições presidenciais estão previstas para o segundo semestre de 2024. Maduro pretende prolongar a sua presidência até 2030. Maduro e uma facção da oposição apoiada pelo governo dos EUA concordaram na semana passada em trabalhar juntos nas condições básicas para a disputa presidencial. Isso levou o governo a libertar seis presos políticos e a administração de Joe Biden a levantar sanções econômicas importantes.

Como parte do acordo, a administração de Maduro e a oposição devem "reconhecer e respeitar o direito de cada ator político de selecionar livremente" um candidato presidencial.

Se os organizadores declararem Machado vencedora das primárias, o foco mudará para Maduro, para ver se o governo reverte a proibição de que ela concorra a cargos públicos.

Em junho, o governo emitiu uma decisão administrativa proibindo Machado de concorrer, alegando fraude e violações fiscais e acusando-a de ser responsável as sanções econômicas que os EUA impuseram à Venezuela na última década. Fonte: <i>Associated Press</i>

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