Além da batalha nas ruas em busca de votos, os concorrentes à Prefeitura travam uma verdadeira guerra na Justiça Eleitoral. Com a nova legislação vigente, com uma série de restrições, os setores jurídicos das pré-campanhas apostam no rigor para interpelar os adversários. Primeiro foi Eli Corrêa Filho (DEM) que moveu ações contra os pré-candidatos de oposição Carlos Roberto (PSDB) e Fausto Miguel Martello (PSD), obtendo decisões favoráveis. O último contra-atacou e obteve liminar para que o Corrêa suspenda o que a juíza eleitoral Célia Magali Milani Perini considerou propaganda antecipada.
Manobras finais
A um dia do prazo final para o registro das candidaturas, além de homologação das coligações proporcionais e majoritárias para as eleições de 2 de outubro, junto ao Tribunal Regional Eleitoral, algumas definições seguem em aberto, apesar das convenções já realizadas. Prática comum, muitas legendas deixam para o último minuto o registro final das atas, podendo promover alterações. A possível ida do PR para o ninho do prefeiturável Jorge Wilson (PRB), por exemplo, pode afastar – na última hora – siglas que já tinham sacramentado o apoio.
Para evitar riscos
Partidos menores sem candidatos próprios a prefeito, mas com um ou dois potenciais nomes para a Câmara Municipal, associam-se nas eleições majoritárias, mas nem sempre se unem nas proporcionais. Eles temem ser usados como escadas para ajudar a eleger nomes de partidos concorrentes e ficarem de fora do Legislativo. Os cálculos da Justiça Eleitoral levam em consideração o total de votos conquistados pelos partidos de forma isolada ou agrupados quando estão em coligações. Na distribuição das cadeiras, vale os mais votados de cada grupo (partido ou coligação).
Efeito Tiririca
Devido a esta forma de definição das cadeiras, um determinado candidato – com um número elevado de votos – pode não se eleger caso esteja em uma coligação que tenha concorrentes mais bem votados. Da mesma forma, um partido isolado que tenha um expoente, com grande número de votos, pode carregar candidatos com votações bem menores, repetindo o que ficou conhecido como “efeito Tiririca”, quando o humorista obteve mais de um milhão de votos para a Câmara Federal, carregando com ele nomes de pouca expressão que figuravam na coligação que seu partido participava.
Bolsa candidato
Em Guarulhos, há coligações que reúnem oito partidos apoiando determinados pré-candidatos a prefeito. Mas nem todos estão juntos nas disputas para a Câmara Municipal. Apenas se unem para ter um nome com força para levar aos eleitores como seus indicados à Prefeitura. Por tais apoios, recebem o que ficou conhecido como “bolsa candidato”, que consiste em um determinado valor em dinheiro, materiais e veículos para as campanhas, que carregam sempre os nomes que aparecem na dobrada.