Em uma final de poucas emoções, nível técnico discutível e sem nenhuma surpresa, Rafael Nadal confirmou o favoritismo e derrubou o norueguês Casper Ruud em três sets, com parciais de 6/3, 6/3 e 6/0, em apenas 2h18min, na decisão masculina de Roland Garros. Neste domingo, o tenista espanhol levantou a Taça dos Mosqueteiros pela 14ª vez em sua vitoriosa carreira.
Além da marca incrível no torneio disputado em Paris, Nadal alcançou o 22º de Grand Slam de sua carreira, novo recorde histórico, aumentando a distância para o suíço Roger Federer e para o sérvio Novak Djokovic, ambos com 20 troféus. O tenista de 36 anos se tornou ainda o mais velho campeão de Roland Garros.
Trata-se de mais um feito incrível na carreira de Nadal que, pela primeira vez desde que impôs seu domínio no saibro de Roland Garros, chegou a Paris sem favoritismo em razão de problemas físicos. Mas cresceu ao longo do torneio, superando quatro rivais do Top 10 do ranking em sua campanha até a final.
Com dificuldades físicas, o espanhol vem dando maior intervalo entre os torneios que disputa nas últimas temporadas para não agravar lesão crônica no pé esquerdo – deve pular Wimbledon neste ano por essa razão. Ao mesmo tempo, o número cinco do mundo já indica que está perto da aposentadoria. Havia até rumores de que anunciaria sua despedida em Roland Garros neste ano.
Apesar das limitações, o favorito tratou de impor seu conhecido domínio em Paris neste domingo diante do primeiro escandinavo a disputar uma final de Grand Slam de simples na era aberta do tênis (desde 1968). Ruud, fã declarado de Nadal e 8º do mundo, era o candidato a zebra, principalmente após quedas precoces dos favoritos que estavam no mesmo lado da chave.
O primeiro confronto entre os dois tenistas no circuito acabou frustrando expectativas. Ambos jogaram abaixo do esperado e acumularam erros não forçados, alguns deles até bobos. Foram 18 para o espanhol e 26 para o norueguês. Nadal mostrou sua força com suas 37 bolas vencedoras, diante de 16 do adversário, e as oito quebras de saque que obteve nos três sets – Ruud faturou apenas duas.
O primeiro set foi marcado pelo nervosismo de Ruud e pelo baixo nível técnico de ambos os finalistas. Foram erros feios para todos os lados. Nadal chegou a cometer duas duplas faltas num mesmo game, permitindo a quebra de Ruud. Mas o espanhol já estava liderando o placar, com sobra, e não teve problemas para fechar em 6/3.
As oscilações seguiram na segunda parcial. Nadal fazia partida abaixo do esperado em praticamente todos os fundamentos. Mas tirava vantagem da velha estratégia de jogar bolas altas no backhand do adversário. O norueguês, contudo, "entrou" no jogo neste set. Sacava bem e construía boas jogadas.
Tanto que abriu 3/1 na parcial, mas sem conseguir sustentar a vantagem por muito tempo. Nadal empatou em 3/3 e virou em seguida. Aproveitando as oscilações de Ruud, o favorito obteve nova quebra de saque na sequência e levou também o segundo set.
No terceiro, Nadal atropelou o adversário norueguês. Mais sólido em comparação ao início da partida, o espanhol praticamente não errava e controlava as ações tanto no fundo de quadra quanto na rede. Ruud, por sua vez, já estava "nas cordas" e não oferecia qualquer resistência. O favorito não hesitou e aplicou um inesperado "pneu" no adversário.