Rafael Nadal iniciou a defesa do título do US Open com um amargo dever: participar de um dos últimos passos no tênis de um amigo e compatriota. No fim da noite de segunda-feira, o número 1 do mundo estreou no Grand Slam nova-iorquino e viu o também espanhol David Ferrer, hoje apenas o 148º colocado no ranking da ATP, abandonar o duelo durante o segundo set por causa de uma lesão, aparentemente no tendão de Aquiles.
Ferrer alcançou a melhor posição da sua carreira no ranking em 2013, a terceira, quando perdeu a final de Roland Garros exatamente para Nadal, no seu melhor desempenho em Grand Slams, sendo que ele foi semifinalista do US Open em 2007 e 2012. “Este é o último Grand Slam da minha carreira”, disse, em entrevista no estádio Arthur Ashe.
O confronto com Nadal foi o 208º jogo de Grand Slam da carreira de Ferrer. Ele havia perdido o primeiro ser por 6/3 e liderava o segundo por 4/3 quando abandonou a quadra, lesionado, após 1 hora e 23 minutos de duelo. “Não quero dramatizar por isso, não vai manchar a carreira”, disse.
Seu plano para o resto do ano é descansar para disputar os últimos torneios da carreira na primeira metade da temporada pelos seus torneios preferidos, como o de Buenos Aires, onde foi campeão três vezes, e fechando em Barcelona e Madri.
Se poderia argumentar que Ferrer deveria ter ganho títulos de Grand Slam. Mas isso se tornou difícil por ter jogado na mesma era de Nadal, Roger Federer e Novak Djokovic. “Ele também não teve sorte no momento em que ele viveu”, disse Nadal, dono de 17 títulos de Grand Slam. “Ele fez tudo o que podia para chegar o mais alto possível”, acrescentou o espanhol, que agora vai duelar com o canadense Vasek Pospisil na segunda rodada em Nova York.
Também no fim da noite de segunda-feira, o argentino Juan Martin del Potro, campeão do US Open de 2009 e atual número 3 do mundo, estreou com vitória sobre o norte-americano Donald Young, o 246º colocado no ranking, por 6/0, 6/3 e 6/4, em 1 hora e 44 minutos. Seu rival na segunda rodada vai ser Denis Kudla, também dos Estados Unidos. “Nunca é fácil começar um Grand Slam. Aqui tenho altas expectativas porque é meu torneio favorito. É preciso ir com calma”, disse Del Potro.