A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, garantiu que a autoridade monetária não mudou de rumo em relação a sua atuação na semana passada, apesar de alguns agentes terem considerado a instituição mais hawkish do que na decisão sobre política monetária de dezembro. "Não há um novo desenvolvimento. Não houve mudança particular na semana passada ante dezembro. Não há mudanças em relação ao que fizemos em dezembro", afirmou a executiva nesta segunda-feira, 25.
Para a francesa, que se pronunciou durante o painel "Restaurando o crescimento econômico (Opção 2)", promovido pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), não houve mudanças porque as condições financeiras continuam incertas. "A atuação poderá ser menor ou maior conforme as dúvidas forem sendo sanadas", disse.
Na quinta-feira, 21, conforme o previsto pelo mercado financeiro, o BCE manteve os principais pilares de sua política monetária acomodatícia, mas indicou que os riscos para a economia apontam para um quadro negativo. Em entrevista que se seguiu à decisão, Lagarde chegou a dizer que esperava que a ressurgência dos casos de covid-19 e atrasos no processo de vacinação devem continuar pesando sobre os indicadores macroeconômicos do primeiro trimestre do ano.
O WEF trocou o encontro anual e presencial em Davos por um evento online em 2021 devido à pandemia de coronavírus. Uma edição <i>in loco </i>está prevista para ocorrer em maio, em Cingapura. O debate ocorreu a partir da previsão do Banco Mundial de que a maioria dos países entrará em recessão em 2020, com o Produto Interno Bruto (PIB) global se contraindo em mais de 5%. Os participantes examinam como restaurar o crescimento, com recomendações sobre como empresas e governos podem colaborar de forma mais eficaz em uma nova agenda econômica que aumenta a produtividade, sustentabilidade e prosperidade compartilhada em 2021.
Também participaram do painel o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire; o diretor-executivo da Volkswagen AG, Herbert Diess; o presidente e CEO do Goldman Sachs, David Solomon; e o ministro da Economia e Energia da Alemanha, Peter Altmaier.