A queda de 9,1% da produção industrial em março fez o País retornar para os níveis de agosto de 2003, informou o gerente de pesquisa industrial mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo. O recuo foi observado em 23 das 26 categorias pesquisadas e é o pior resultado para março da série histórica do IBGE, iniciada em 2002.
A retração foi a pior desde a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018 (-11%), mas tem o agravante de não ser um movimento isolado como ocorreu há dois anos, já que está sendo provocada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) e deve se alastrar pelo menos para abril e maio, segundo indicações que já estão sendo observadas na indústria, segundo Macedo.
"Março foi a queda mais disseminada da série industrial histórica, junto com a queda de maio de 2018", disse Macedo.
Comparado a fevereiro deste ano, os bens de capital registraram quedas de 15,2% e de 3,9% contra igual mês do ano passado. Os bens intermediários caíram 3,8% e 1,7% na mesma comparação, e os bens de consumo, 14,% e 7,7%.
Os bens duráveis despencaram 23,5%, puxados pela fabricação de automóveis, na comparação mensal, e 9,7% na anual. Já os bens semiduráveis e não duráveis registraram retração de 12% e 7,1%, informou o IBGE.