Noticia-geral

Não houve gabarito em CPI da Petrobras, diz sindicância

A comissão de sindicância criada pelo Senado para investigar a suspeita de combinação entre perguntas e respostas de depoentes e integrantes da CPI da Petrobras na Casa divulgou nesta sexta-feira, 12, que “não houve nenhum indício de vazamento de informações privilegiadas, de documentos internos da CPI ou de minutas de questionamentos que seriam formulados aos depoentes”. A apuração foi aberta no início do mês passado, após reportagem da revista VEJA ter revelado um vídeo no qual dirigentes da Petrobras combinariam o “gabarito” das investigações na CPI do Senado.

A investigação interna tinha por objetivo apurar se houve alguma conduta inadequada de servidores do Senado no âmbito da CPI. Em nota, o Senado informou que tomou uma série de providências durante a apuração que durou 37 dias e concluiu pelo “arquivamento” das investigações: “tomou 14 depoimentos, investigou as caixas-postais dos correios eletrônicos dos envolvidos, verificou o controle de acesso aos arquivos eletrônicos confidenciais, examinou os documentos utilizados como subsídio das reuniões da CPI e analisou os vídeos dos depoimentos, por diferentes câmeras, bem como o vídeo que originalmente fundamentou a denúncia”.

“Ao término das investigações, a comissão, composta por servidores com notável formação acadêmica e experiência profissional, contando com um doutor em Direito Penal, um mestre em Direito Processual e um especialista em Direito Constitucional, concluiu que não houve nenhum indício de vazamento de informações privilegiadas, de documentos internos da CPI ou de minutas de questionamentos que seriam formulados aos depoentes e manifestou-se pelo arquivamento do processo”, conclui a nota.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, entre os ouvidos pela comissão, estava o assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais Paulo Argenta e assessores dos senadores José Pimentel (PT-CE), relator da CPI e líder do governo no Congresso, e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

A Polícia Federal também investiga o caso, em um inquérito. A instituição já ouviu Bruno Ferreira, advogado da estatal que apareceu na gravação. A reportagem apurou que ele preferiu ficar em silêncio durante o depoimento. Na lista dos previstos a depor à PF estava o ex-chefe do escritório da Petrobras em Brasília José Eduardo Barrocas e o chefe do departamento jurídico da companhia na capital, Lenan Calderaro Filho.

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